domingo, 31 de agosto de 2014

Merecido sucesso dos Amadores do Grupo de Teatro Sociedade de Instrução Tavaredense ontem no Cae

Ontem à noite, o Cae encheu para ver “Um Violinista no Telhado”. As cerca de 800 pessoas que se deslocaram, tiveram oportunidade de ver uma magnífica interpretação dos Amadores Grupo de Teatro Sociedade de Instrução Tavaredense de uma peça teatral baseada nas histórias de Sholom  Aleichem, escrita no início do século XX.
Tevye é o leiteiro e judeu que vive na aldeia de Anatevka na Rússia em 1905. Trabalha arduamente, quase de sol a sol, para que nada falte à mulher e às suas cinco filhas. No entanto, no país, começam a soprar ventos pré-revolucionários que, mais tarde ou mais cedo, irão chegar à aldeia e alterar radicalmente as vidas e também os costumes e tradições dos seus habitantes.
O Violinista no Telhado”, porém, acaba por ser uma situação que nos afecta a todos, apesar de se passar numa comunidade judaica. Fala de famílias e de crenças. Portanto, O Violinista no Telhado” não é só uma obra que pode ser entendida pela comunidade judaica. É uma peça que tem emocionado muita gente pelo mundo inteiro.
Tevye é um pobre judeu. Pai de cinco filhas, mora numa pequena Aldeia, onde a maioria das pessoas são simples e, tal como ele, vivem acima de tudo condicionados pela tradição.
Todavia, à medida que suas filhas se vão apaixonando, Tevye começa a sentir na pele as mudanças ideológicas que começam a “minar” a nova geração. Como homem de bom coração, deseja em primeiro lugar o bem de suas filhas. Porém, mesmo para ele, tudo tem limites. 
No fundo, o que Tevye teria desejado que tivesse mudado, é que as mudanças lhe tivessem proporcionado um pouco de mais bem estar económico. As cenas em que se dirige a Deus, como que a dizer “porque temos de sofrer assim"?, são de uma subtileza arrepiante.
Os Amadores do Grupo de Teatro Sociedade de Instrução Tavaredense, com esta representação deO Violinista no Telhado”, uma obra escrita no início do século passado, mas cuja mensagem está mais actual do que nunca, levaram-me a olhar e reflectir para o papel das "velhas" e "novas" tradições no nosso dia a dia – por exemplo, que influência tem a religião, a música, o futebol, a televisão, a internet, a forma como está organizado o trabalho e os costumes, na maneira como nos conseguimos relacionar e interagir com os que nos rodeiam no quotidiano.
Na peça, Perchik é aquele que contesta quase tudo. É certo que não vai ao ponto de colocar em causa Deus, mas contesta outros valores vigentes na sociedade da época: por exemplo, os homens e as mulheres não se poderem tocar, ficarem separados no casamento por uma corda no meio, ser o pai a decidir sobre o casamento das filhas.
Esta, a personagem contestatária, foi a que deixou a mensagem que mais me impressionou nesta obra teatral com mais de 100 anos: para construirmos o futuro temos de saber olhar de frente para a tradição.
Sem desprimor para ninguém, permitam que, felicitando todos, destaque o trabalho de João Miguel Amorim, que adaptou, encenou e protagonizou "O Violinista no Telhado", ao que julgo saber ainda um jovem,  que a continuar com esta competência e talento vai certamente contribuir para manter no futuro o Grupo de Teatro Sociedade de Instrução Tavaredense no patamar a que foi elevado por Mestre José da Silva Ribeiro.
Obrigado Amadores do Grupo de Teatro Sociedade de Instrução Tavaredense.
Foram mais de duas horas que passaram a voar.

Bom domingo

sábado, 30 de agosto de 2014

Em directo para o sítio dos desenhos


"A imprensa figueirinhas – a temática e a problemática"


Ora porra!
Então a imprensa portuguesa é
que é a imprensa portuguesa?
Então é esta merda que temos
que beber com os olhos?
Filhos da puta! Não, que nem
há puta que os parisse.

Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa.
Lisboa: Estampa, 1993. 

Que bom é viver em Portugal!..

A sorte que um cidadão exemplar, que não tem dinheiro nem poder, tem por viver em Portugal, quando tem o azar de ter um problema com a justiça: Prescrição salva Jardim Gonçalves de condenação em tribunal”...

Para manter o prestígio... (III)

Porque este blogue não pode ser só larachas políticas, patos mortos, futebol e fotos de mulheres nuas, fica uma notícia cultural, tal como a foto,  sacada daqui... 

De médico e de louco, diz-se, todos nós temos um pouco. 
Já a combinação de professor, advogado, jornalista, político, ensaísta e romancista é menos comum. 
Este sábado, a seguir ao bloco informativo das 10h00, damos-lhe a conhecer o novo romance de António Tavares, «As palavras que me deverão guiar um dia», finalista do cobiçado Prémio Leya, mas também o seu autor, o homem que garante ter feito sempre o que queria, de consciência tranquila e que está, admite, cada vez mais «despojado», a caminho de uma misantropia sorridente: «mais natureza, mais pessoas e menos sociedade».
O livro - uma homenagem à literatura e aos autores e obras que lhe alimentaram a alma e a imaginação, com «qualquer coisa de autobiográfico» -, estará nas livrarias, com a chancela da Teorema, a partir de 2 de Setembro. 

A entrevista, essa, pode ouvi-la já hoje, em 99.1 fm".

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Na Figueira, a partir daqui, só se fizer comunicação social sem jornalistas! Portanto, só podemos estar optimistas...

A propósito duma polémica da treta, um dia destes, no facebook, li algures por aqui um comentário que dizia mais ou menos isto.
Quanto à comunicação social da Figueira, seria bom que as pessoas soubessem quantos jornalistas existem. Por muito bons que sejam, não conseguem acompanhar tudo. É fácil falar estando de fora, mas é difícil fazer melhor.
Sabem o que é estar 24h/24h em serviço? A Foz do Mondego, o Figueira na Hora e a Voz da Figueira têm UM JORNALISTA! Sabem quanto tempo demora editar, confirmar dados/fontes e divulgar uma notícia?“

Para quem acompanha de perto as fragilidades da comunicação social figueirense nos últimos 40 anos, isto não é novidade. Eu próprio sabia que a coisa funciona assim. E a situação tem vindo a piorar, ano após ano. Fecho de jornais, despedimento de jornalistas, falta de estabilidade profissional, falta de liberdade, essa foi uma realidade que o próprio autor deste blogue foi acompanhando ao longo dos tempos...
Neste momento, os órgãos de comunicação figueirenses sobrevivem com as redacções mais "magras", "leves" e "baratas", que é possível. A partir daqui, só se fizer comunicação social sem jornalistas. Crê-se, por isso, que "o pior já tenha passado"
Além da dimensão humana deste problema, também aqui na Figueira, a questão principal tem a ver com a falta de enquadramento em termos de paradigma com que estas alterações e despedimentos são feitos. Ou seja, está-se perante meras operações contabilísticas, sem qualquer sustentação naquilo que deveria ser o modelo do jornalismo no futuro e do negócio que o sustenta. Isso acontece, em parte, porque ainda não se sabe bem qual o caminho que o jornalismo pode seguir e, muito menos, que esquema de financiamento o pode viabilizar.
Como alguém ligado ao sector me disse recentemente, fazer depender hoje em dia um projecto jornalístico de receitas de publicidade e de vendas em banca (ou por assinatura) é a receita para o desastre... 
Como, aliás, se viu com projectos editoriais recentes em Portugal, que foram lançados cheios de pujança, mas alicerçados em modelos obsoletos e que, rapidamente, se viram confrontados com a dura realidade dos números. 
Então, que novas formas de negócio existem neste sector que possam viabilizar os jornais e o jornalismo num futuro próximo?
Um desses modelos já foi testado no Figueirense, depois de ser propriedade do Casino, e continua em vigor na Foz do Mondego Rádio do empresário e político Fernando Cardoso: passa, digamos assim, por uma espécie de mecenato.
No fundo, para abreviar, acredita-se que se parte do princípio de que o investimento financeiro é feito sem uma lógica de lucro inerente (e até mesmo a "fundo perdido")...
Então, qual seria o interesse?
Em causa, poderia estar outro tipo de "retorno", que pode ser prestígio cultural, social, “poder” pelo controle da informação, controle político, etc. 
Este, é apenas um caminho que o jornalismo e os jornais poderão vir a seguir nos próximos anos.
Para já, ainda não foi encontrada a fórmula que garanta a sua viabilidade saudável para o futuro. Como o exemplo do Figueirense provou.
Para já, continua a funcionar a Foz do Mondego Rádio...
Desde que me conheço, que me considero um observador atento da dura realidade dos meios de comunicação social figueirense.
Na Figueira, do meu ponto de vista, a comunicação social continua a ter os pecadilhos de sempre: falta de ideias próprias; e continua presa a velhas rotinas, que impedem a sua renovação.
Basta ver os conteúdos. O grosso da coluna das notícias veiculadas pelos órgão de comunicação locais, provem das fontes oficiais ou institucionais. 
Não falam das pessoas normais - as que no fundo lêem jornais e ouvem rádio.
Os jornais – e os jornalistas - gravitam em torno dos poderes, como mosquitos à volta duma lâmpada acesa numa noite escura, numa zona de águas estagnadas e mal cheirosas.
Culpa dos jornalistas?
Também, mas não só.
Os interesses – não só os económicos – é que determinam as regras do jogo.
Mas quais são os grandes pecados?
Na minha óptica, os grandes pecados dos media figueirenses são o comodismo, a desatenção, o respeitinho pelo poder, o alheamento da sua tarefa histórica de vigilância democrática.
Só que o público está cada vez mais atento e a ganhar uma postura cada vez mais pensada e interveniente.
Os tempos dos leitores e dos ouvintes se deixarem reduzir a simples consumidores de conteúdos, sem qualquer postura crítica relativamente ao menu mediático que lhe é proposto, estão a acabar.
Algo está a mudar.
Lenta, mas progressivamente, a influência dos media na sociedade está a impor leitores, ouvintes e telespectadores cada mais críticos e atentos à comunicação social e à sua mensagem.
No País em geral. E também na Figueira.

O Professor Cavaco voltou a falar!

O Prof. Cavaco está de novo na agenda mediática, por ter felicitado Ronaldo... 
Alguns portugueses elegeram o chefe do Estado para ser o garante do normal funcionamento das instituições.
Por essa razão, o presidente da República não tinha o direito ao silêncio nesta importante questão.
Desde já, registe-se que o chefe do Estado esteve à altura da sua responsabilidade democrática, ao sair a terreiro e deixar uma palavra serena sobre a necessidade de respeito pela  valorização do desporto em Portugal e para a projecção internacional do país
O professor Cavaco Silva teve, nesta importante questão, uma oportunidade quase única para redimir o seu mandato. 
E não a perdeu... 
Aliás, na sua sereníssima cabeça, Portugal deve ser Ronaldo...

Neoliberalismo – o modelo do capitalismo mais perigoso, pois pode matar...

O neoliberalismo, não teve na Europa e no mundo, o seu desenvolvimento natural no pós-guerra, pela simples razão que a sua vivência suscitaria a revolta dos povos europeus influenciados pelas doutrinas “libertadoras” então em prática na URSS. O desenvolvimento capitalista, perante este cenário de leste, com fundamentados receios, obrigou-se a dar um passo atrás. Mas, logo que liberto de tais preocupações, eis que novamente ressurge, com ímpeto redobrado, recomeçando a sua natural evolução no preciso ponto em que a deixou. O capitalismo “selvagem” com a sacralização do mercado em toda a sua pujança.
Na tentativa de “esconder” a sua própria natureza egoísta e desprovida de valores humanos, tal como hoje o conhecemos, a ideologia neoliberal esforça-se pela apresentação “anti-histórica” do capitalismo contemporâneo, apresentando-o como algo de novo, através de um arsenal de neologismos.

Marginal figueirense

Nesta altura, presumo que anos 70 do século passado, embora a pressão imobiliária já se pressinta ao fundo na volumetria da construção, ainda não dava para imaginar o pesadelo urbanístico de que estas avenidas - 25 de Abril e Brasil -  viriam a ser vítima nos dias que passam. 
Estas avenidas figueirenses, hoje, são o espelho de um Portugal que abdicou do planeamento urbanístico. 
Tal como um pouco no resto do País, também na Figueira, tudo passou por "operações tipo uma bolsa de valores", com "os terrenos a valerem em função do seu proprietário"
O denominado caso Galante é um exemplo disso. 
E tudo poderia ter sido diferente e tudo poderia ter sido evitado. 
Na Figueira, tal como no resto do país, tinha bastado um "planeamento simples e claro", um "licenciamento simplificado, automático ou quase inexistente", que responsabilizasse construtores, urbanistas, arquitectos e autarcas... E uma "fiscalização aleatória"
Mas, para isso, era necessário que os os tribunais e a Inspecção-Geral da Administração Local funcionassem e outra postura dos políticos - os políticos passaram a ser "mandantes, caciques" do "poder económico"
E, entretanto, pelo caminho foi enriquecendo muita gente.
Mas, isso, é uma história que, talvez, quem sabe, ainda um dia venha a ser escrita...

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

154 anos descritos através da fotografia

Figueira da Foz Memórias (1860-2014)” - um livro de Jorge Dias, fotógrafo.

Ligação directa ao...

Cova Gala...entre o rio e o mar...

Eu vou fazer que sou parvinho... E vocês?..

O mesmo Governo que aconselhou os portugueses a emigrar é o mesmo Governo que vai agora lançar um programa com «o objectivo de apoiar a integração de estrangeiros» imigrantes, a começar já pelos «quadros de empresas que põem as suas competências ao serviço de quem precisa delas»!..

Finalmente, o rescaldo do Mundial!..

Haja alento... 
Para o Jones a dura realidade do Pós-Copa, 
é que, para ele, acabou o milho, mas não acabou a pipoca 
para o Paulo Bento!

Gala, Aldeia, na altura estrada 109, sem número...

foto António Agostinho
Não nasci noutro local.
Nasci nesta rua, no sítio da actual casa nº. 103, a primeira da esquerda para a direita, a casa do poço do Tzé Maia.
A casa, à época, era uma habitação térrea e pobre de madeira, cheia de aberturas nas paredes, por onde no inverno o ar gélido passava como cão por vinha vindimada ...
Nasci por causa e graças a eles. O meu pai pescador - do bacalhau, do arrasto, da traineira, do rio. A minha mãe varina - de todo o peixe.
Ambos, descendentes de ílhavos  lutadores que vieram, a seguir às invasões francesas,  para sul do Mondego em busca de ver vida melhor.
Nasci, estava a despontar o ano de 1954.
Na altura,  a gente da Aldeia sonhava com peixe, sem pensar na exploração, antes em trabalho certo, que lhes permitisse dar de comer às famintas bocas que estavam em casa.
É possível que estas miudezas, pessoais e históricas, para alguns, interessem pouco.
A Cova e Gala da minha infância foi sempre a das casas térreas e pobres de madeira, cheias de aberturas nas paredes, por onde no inverno o ar gélido passava como cão por vinha vindimada .
Quando, mais tarde, as circunstâncias me permitiram viver noutros ambientes, continuei a guardar a memória da Cova e Gala dos meus primeiros anos, a Cova e Gala da gente de pouco ter e de muito sentir”, a Terra pequena e modesta nos costumes e nos horizontes da compreensão do resto do País e do mundo.

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Lamentável e triste 

foto Foz do Mondego Rádio
Mais do que lamentável, diria mesmo que é profundamente lamentável, o triste, diria mesmo, profundamente triste espectáculo com que Buarcos e a marginal figueirense – na zona do espelho de água, junto ao Forte de Santa Catarina – acordaram ontem.
O vandalismo fez das suas.
Citando a Foz do Mondego Rádio, “nem o peso dos bancos de betão armado que se encontram na Avenida do Brasil dissuadiu os vândalos que, a coberto da noite, os viraram. "É uma pena que certas pessoas não entendam que só estão a prejudicar a comunidade, é vandalismo gratuito, que vai obrigar a gastos desnecessários", disse, à Foz do Mondego Rádio, José Esteves, presidente da Junta de Freguesia de Buarcos. 
O autarca já solicitou à Câmara Municipal da Figueira da Foz, através do vereador Carlos Monteiro, a máquina que permitirá devolver os bancos à sua posição original. "Esperemos que isto não se repita", apela. 
Registe-se que, além dos bancos, também uma das estátuas de Laranjeira Santos, a mais próxima da conhecida «Preguiça», foi alvo de vandalismo, tendo sido atirada do seu suporte para o espelho de água junto ao Forte de Santa Catarina.”  

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

EM PAZ

foto Foz do Mondego Rádio
Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros— coitadinhos— nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra— louvado seja o Senhor!— o que nunca tinha pensado comprado.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

António Gedeão, Poema de Natal

A uma gestão simplificada, simplória às vezes, nada melhor do que uma imagem a condizer...

No passado sábado, dia 23 de Agosto, a Figueira da Foz encheu-se de alegria, convívio e espuma no "Fun Bubble Run". Centenas de pessoas participaram no evento que cobriu de branco a baixa da cidade.
A foto sacada da página do facebook do Município da Figueira da Foz, basta como comentário ao evento...

Leitura para uma quarta-feira de verão que até pode ser chuvosa

Jaime Marta Soares, geriu a câmara de Vila Nova de Poiares durante os últimos 40 anos - de 1975 a 2013 - e a autarquia fala numa dívida 400% superior à receita. 
Hoje, em entrevista ao jornal i afirma que "não tem nenhuma responsabilidade na actual situação".
Para ler a entrevista, clicar aqui.

Estávamos a 8 de janeio de 2014, já lá vão cerca de oito meses... Alguém sabe o que se passa?..

foto Pedro Agostinho Cruz
O ministro do Ambiente, Moreira da Silva, disse na altura à agência LUSA, que a recuperação de 1.300 metros de cordão dunar, a sul da Figueira da Foz, iria avançar nas semanas seguintes, num investimento de 3,7 milhões de euros.
A obra, que tinha um prazo de execução de oito meses, incide sobre as dunas da Cova-Gala, Costa de Lavos e Leirosa, a sul do Mondego, que voltaram a ser fustigadas pela agitação marítima dos últimos dias.
"O concurso está feito, o investimento cabimentado, é uma questão de passar à acção. O que aconteceu este fim de semana, com o recuo de 10 a 15 metros da duna, prova que é absolutamente essencial lançar esta intervenção nas próximas semanas", afirmou Moreira da Silva aos jornalistas, durante uma visita à praia da Leirosa.
O titular da pasta do Ambiente frisou que o presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, "colocou algumas dúvidas" quanto à tipologia de intervenção prevista - que contempla o reenchimento da duna com areia - mas avisou que as intervenções que já estavam programadas "têm de ser executadas". "A população não pode esperar mais tempo", sustentou.
Em março passado uma portaria governamental  publicada em Diário da República (DR) autorizava a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a gastar cerca de 2,4 milhões de euros para proteger praias a sul da Figueira da Foz.
Há quem considere, no entanto, que “são cerca de 2,6 milhões de euros para manter o statusquo: ou seja, vai ficar tudo na mesma, as empresas de construção civil agradecem e os contribuintes pagam a factura do mau planeamento e de decisões erradas.”
Entretanto, nada aconteceu e o inverno aproxima-se. 
Alguém sabe o que se passa?..