sexta-feira, 8 de março de 2013

Ora cá está um claríssimo indicador da real dimensão que o factor emigração voltou a ter no Portugal contemporâneo…


A mulher

Sinto que as mulheres são, em regra, melhores do que os homens. É como se o homem tivesse renunciado ao ponto de vista viril, marialva, e depois não soubesse muito bem como é que havia de ser. A mulher, ao mesmo tempo que já está a ser, está sempre para ser.

José Saramago

Um abraço de parabéns para um Homem tolerante e um verdadeiro democrata

foto sacada daqui

Tempo


De outubro passado para cá, consegui aquilo que ambicionei toda a vida: tempo - um tempo só para mim...
Tenho-o gasto a fazer aquilo de que gosto e me apetece: grandes caminhadas à beira mar,  a conviver com pessoas, a ler muito e a tentar escrever alguma coisa…
E a fazer umas fotos, só para minha diversão,  como a que acompanha esta postagem.
Mas, ontem, o dia esteve coberto de nuvens que mais pareciam  um enorme telhado sujo.
E, depois, a chuva  copiosa e irritante, acompanhada de um vento que está a tirar às árvores o pudor das últimas folhas neste inverno,  trocou-me as voltas e o programa do dia.
Poderia ter nascido rico ou com talento. Ou noutro país, ou noutra cidade, ou noutra aldeia.
Mas, não, além de ter nascido pobre e sem talento , nasci em Portugal, no concelho da Figueira e, ainda, por cima, na ex- aldeia da Cova-Gala, actual vila de S. Pedro.
Depois de uma vida,  que já leva mais de 40 anos de trabalho,  tudo o que agora tenho é tempo.
Tempo e manhãs  de vento e chuva...
E o mesmo tempo é para continuar…

quinta-feira, 7 de março de 2013

Ainda as “Conversas na Bijou”…



Uma frase do Dr. Jorge Tocha Coelho na tertúlia realizada ontem à noite: “a Figueira cometeu suicídio cultural ao acabar com o Festival Internacional de Cinema.”

Calma aí, oh vizinho...


Vasco Lourenço diz que se houvesse condições já estaria a preparar outra Revolução...

Passos Coelho disse que medida mais "sensata" contra desemprego seria baixar salário mínimo…


As pessoas  viveriam  de quê?..

Em tempo.
“Há uns anos, já demasiados, quando o salário mínimo subiu pela última vez, depois de me bombardear com uma série de “não pode ser” e “onde é que este país vai parar”, um pequeno empresário perguntou-me qual era a minha opinião ao respeito. Pensei: se te respondo com é bom ou com é mau e se te explicar por quê, passado cinco minutos hás-de esquecer-te de tudo o que te disser e será uma perda de tempo.
Optei, portanto, por começar por perguntar-lhe quantos empregados tinha. Respondeu-me três ou quatro, já não recordo, mas também não faz grande diferença para esta narrativa, como se verá já a seguir.
Disse-lhe então que seria ele mesmo a responder à sua própria pergunta e perguntei-lhe o que é que seria melhor para o seu negócio, se ter mais 40 ou 50 euros na folha de salários de todos os meses e ficar à espera do aumento na facturação provocado pelo acréscimo de rendimento dos seus muito mais que 3 ou 4 clientes, se manter inalterada a folha de salários e ficar à espera da diminuição da facturação resultante dos efeitos da inflação sobre o rendimento desses mesmos prezados clientes.
Bem me lixou. Respondeu-me que a segunda, porque os 40 ou 50 euros a menos na folha de salário estariam garantidos à partida caso o salário mínimo não fosse actualizado e nada lhe garantia que os seus clientes comprariam menos, até porque a sua distinta clientela não era desses que recebem o salário mínimo.
Bem se lixou. Há um par de meses, passei à porta do seu estabelecimento. Estava fechado. Parece que os empregadores dos seus clientes, os fornecedores desses empregadores e os fornecedores desses fornecedores tiveram todos a mesma ideia. É realmente uma pouca-vergonha que os Sócrates, os Passos Coelhos e respectivos Teixeiras dos Santos e Gaspares não se tenham empenhado na invenção de um consumo que se faça sem salários, próprio para empreendedores alérgicos ao risco. Resumindo: “o que eles querem é tacho”, como dizia o meu empresário montado em toda a sua razão.”

Pedro Saboga… (II)

foto sacada daqui
Não é um problema da Figueira, é um problema dum  país que faz parte do clube das chamadas “modernas democracias ocidentais”.
A opinião publicada está formatada. 
No país, isso gira em torno do prof. Marcelo, do Marques Mendes, do António Costa, do  Jaime Nogueira Pinto, do Nuno Rogeiro, do Luís Delgado, do Santana Lopes e outros que tais. Isto, há anos e anos…
Na Figueira, um meio mais pequeno  o tédio ainda é maior: seja nos jornais, na rádio, ou na Tv local, a coisa, em termos de opinião publicada, gira em torno de meia dúzia de figuras que dizem sempre o mesmo todas as semanas.
Resumindo: no país ou na minha cidade, para emitir e firmar a mesma opinião,  não basta um comentador, nem dois, a dizer o mesmo. Exige-se que sejam vários, muitos, a dizer o mesmo, de preferência em locais diferentes, ficando assim garantida a pluralidade de vozes e a unicidade da mensagem…
Mas, mesmo na Figueira, de vez em quando, surgem iniciativas “marginais” às doutas,   abrangentes, democráticas e pluralistas análises que os habituais painéis esmiúçam  todas as semanas  nos locais do costume, a que convém  estar atento.
Foi o caso de ontem  nas  «Conversas da Bijou». Pedro Saboga, que tem obra feita em prol da Cultura na Figueira - OTubo d’Ensaio,  um laboratório de experimentação artística e um centro de trabalho multifacetado, um espaço de criação e partilha, potencializando a criação e o desenvolvimento de novos projectos culturais, de forma independente e ao serviço da comunidade,  aí está, desde 2006, para o provar – durante cerca de 3 horas falou da Figueira, falou da Cultura, falou da vida, mas, a meu ver, demonstrou  que, mesmo "em contraciclo"é possível  realizar sonhos que à partida parecem utópicos, mesmo numa cidade como a Figueira, como se as dificuldades, próprias e colocadas pelos outros, fossem o combustível necessário para se chegar ao máximo que sabemos e  podemos.
Como vemos, mesmo na Figueira, há mais vida para além da publicada nos jornais, na rádio e na televisão pelos habituais “paineleiros” de serviço…

terça-feira, 5 de março de 2013

Hugo Chávez (1954-2013)

Percentagem de população vivendo abaixo do limiar de pobreza
Gosto pouco de militares, e menos ainda de militares na política. Não aprecio revoluções que vivem de um homem. Mas não posso de admirar este retrato de Hugo Chávez, obtido através de eleições democraticamente ganhas.
Este retrato tem vivos que não foram mortos antes de tempo, gente, homens, mulheres e crianças. Este retrato é o quadro que muitos ricos nunca terão em casa. Este é o retrato que ficará para a História de Hugo Rafael Chávez Frías, um homem que lutou para acabar com os pobres, combatendo todas as calúnias, campanhas, golpismos, daqueles que precisam da existência de muitos pobres para serem muito ricos.
Hasta siempre, compañero.
Daqui  gráfico via Ladrões de Bicicletas

"Vocês adulteravam os balanços no banco. Vocês criaram ‘offshores’. Vocês não prestam, julgam-se uns deuses na terra"...

"Vocês não conhecem a vida real"...

Em tempo.
Para ver vídeo, clicar aqui.

Livra: mal por mal, antes cavalo...

IKEA garante que tarte possivelmente contaminada com matéria fecal não esteve à venda em Portugal...
Em tempo.
Já agora uma ideia: E que tal os "Portugueses convidarem a  Troika para ir lanchar uma tarte de amêndoa ao IKEA"...

Filhos da ou de...

O corte de seis por cento sobre o subsídio de desemprego e de cinco por cento nas baixas por doença, que o Executivo inscreveu no Orçamento do Estado para 2013, poderá estender-se no tempo e, no primeiro caso, vir a tornar-se permanente, noticia esta terça-feira o Diário Económico.
Segundo o jornal, esta é uma medida em cima da mesa para integrar a reforma do Estado.

Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)

Câmara Oculta

Ponto positivo:
1.Conversar sobre política não é tão bom, nem tão sexy, como fazê-la. Mas, é melhor que nada, numa cidade provinciana como a nossa.

Pontos negativos:
1.O programa é, ao que suponho, sobre a actualidade política… Contudo, abordam-se outros 200 e tal   temas… Resumindo: fica tudo pela rama e não há a profundidade necessária - o que é sempre mau quando se trata de sexo, ou de política…
2 . O apresentador fala muito, o que acaba por se tornar um pouco cansativo, para quem está do outro lado.
3.O programa pretende ser atrevido, desinibido, moderno, ligeiro e atractivo, tendo por objectivo, presumo eu, interessar pela vida (leia-se a política...) os desiludidos e acabrunhados figueirenses.
4. Porém, o que passa para o nosso lado, realmente útil, fica muito aquém da minha expectativa e, presumo, do objectivo dos intervenientes. Mas, admito, poder ser eu a estar errado...
5. Salvo melhor e mais abalizada opinião, duvido que alguém consiga ainda ficar interessado em ouvir falar de política local depois da  cassete (que é sempre a mesma...):  a pujança das inciativas do PPD/PSD, de Miguel Almeida e seus apaniguados, as diatribes do PS, de João Portugal e seus muchachos, ou a  falta de testosterona dos 100%, do eng. Daniel Santos.
6. Falando por mim, a última coisa que me apetece, depois de ouvir João Carronda, António Jorge Pedrosa (que conheço razoavelmente bem e por quem tenho estima e consideração pessoal) e Teo Cavaco (que não conheço, mas, parafraseando o próprio, me parece “intelectualmente honesto”), moderados pelo j´Alves, é continuar a ligar a essa tal politiquice figueirense que se move em torno da Fonte Luminosa …
7. Eu sei que todos vocês têm competência para tal: seria pedir muito falarem da realidade?..

Em tempo.
A continuarem assim, vão perder um ouvinte...

Relvas...


Relvas, embora continue a ir ao gabinete,  deixou de ser ministro há praticamente um ano…
Mesmo os seus pares procuram,  como podem,   ignorar a sua existência.
Mas as rádios, as televisões e os jornais, continuam a dar-lhe espaço e o homem pensa que ainda é o ministro que tem a tutela do sector da comunicação social…
Um dia destes houve notícias de incidentes nos estádios de futebol.
Para Relvas, porém,  «havia segurança no Desporto».
Alguém do governo, lá teve que vir corrigir…
Muitas vezes,  nem o próprio governo  presta atenção ao que Relvas  diz…

Vejam já isso melhor, 4 000 quilómetros é muito quilómetro...

"As pessoas que fizeram isso não fizeram o seu trabalho de casa. Eu nunca vivi em Toronto, Toronto é a quatro mil quilómetros de onde vivi. Acho que se enganaram no sítio", disse Álvaro Santos Pereira aos jornalistas... 

Presidente da República: comunicação oficial após as manifestações de 2 de Março