António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
domingo, 17 de janeiro de 2010
Um derby com 6 golos
E esta!..
Lídio Lopes, mais uma vez, vai ser o meu Presidente…
E com todo o gosto. Sou sócio dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, uma associação com 127 anos de existência, completados no passado dia 19 de Dezembro de 2009, há mais ou menos 30 anos.
Quanto à velha questão do novo quartel, o presidente reeleito deu conta à assembleia-geral de que naquele mesmo dia tinha tido uma reunião, juntamente com o comandante, na Câmara Municipal, “onde houve uma total abertura e uma forma correcta na visão do quartel”.
Entretanto, espero, tal como Lídio Lopes, que seja desta vez, com este novo poder autárquico, que estejam criadas, finalmente, “todas as condições para, em parceria, resolver a situação do quartel para os Bombeiros Municipais e Bombeiros Voluntários”.
“Ambos merecem outro tipo de condições”.
Haiti
Eu próprio, no Outra Margem, num post publicado no passado dia 14 do corrente, que titulei, tal como este, apenas com a palavra “Haiti”, não coloquei propositadamente qualquer imagem, limitei-me a transcrever palavras de FERNANDO NOBRE.
A cobertura do terramoto, tal como tudo em televisão nos dias de hoje, virou espectáculo sensacionalista. Que dizer daquelas imagens obscenas que nos entram pela casa dentro e que são repetidas até à exaustão?
Acostumados a esperar lamúrias e lágrimas fáceis de sobreviventes de algumas tragédias que vão acontecendo por aqui, os repórteres, no terreno, e os editores, no estúdio, não têm, quanto a mim, conseguido ver e passar o essencial: os sintomas de estoicismo nos habitantes de um país onde o pior parece ser uma sina.
A tragédia haitiana é tão grande, tão grande que só nos resta respeitar o sofrimento deste povo e homenagear a sua resistência.
Contudo, temos a obrigação de estar atentos e exigir um plano de recuperação do Haiti, que vá muito, mas muito além da caridadezinha e do espectáculo de solidariedade formal.
O calvário haitiano, exige que o resto do mundo faça o que desde o final da Segunda Guerra Mundial nunca mais foi feito: reconstruir um país desde os alicerces.
sábado, 16 de janeiro de 2010
Polémica
Citando o blogue RUA DA LIBERDADE:
“No passado, o CAE era sempre sinónimo de prejuízo. Sempre nos disseram que os grandes espectáculos que vinham ao CAE tinham um custo económico que as receitas nunca conseguiam cobrir mas que, por razões de atractividade turística, era importante manter.
Afinal, constata-se, é possível trazer vedetas nacionais, ópera e uma das melhores fadistas nacionais por um preço muito simpático, que será pago totalmente pelas receitas.”
Amanhã há derby na Leirosa...
Começa neste fim-de-semana a segunda volta do campeonato da Divisão de Honra. Logo a abrir, há um jogo sempre apetecível: o derby Leirosa-Cova-Gala. A luta pela manutenção é a principal motivação desta partida, que será arbitrada por FABIO EMANUEL SOUSA FERREIRA. Na primeira volta, o Grupo Desportivo Cova-Gala entrou com o pé esquerdo na Divisão de Honra da AFC, época 2009/2010, ao perder no Cabedelo com o Praia da Leirosa. O resultado final foi: Cova-Gala 0 - Praia da Leirosa 1. Amanhã, pelas 15 horas, na Leirosa, como será?..
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Cavaco condecora Santana
A Presidência da República tornou público esta manhã, numa nota publicada no site oficial, que Pedro Santana Lopes irá ser condecorado na terça-feira com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.
Porquê admirados!.. Santana Lopes não foi primeiro-ministro?.. Foi!.. Todos os outros ex-primeiros-ministros não receberam igual condecoração?.. Receberam!.. Não estamos em Portugal?.. Estamos!..
Tá tudo explicado...
Interrogações apropositadas ...
(Dado que este blogue sempre deve ter 2 ou 3 leitores, é com todo o gosto que divulgo a pretensão do prezado colega Quinto Poder)
A contemporaneidade de Torga
Via o sítio dos desenh0s, reencontrei estas palavras de Torga, escritas em 1961, mas perfeitamente actuais:
Chaves, 17 de Setembro de 1961
É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disso.
Falta-lhe o romantismo cívico da agressão.
Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Haiti
Apercebo-me que, globalmente, a indiferença vai sendo combatida. Porque pobres ou menos pobres, todos sonhamos, porque todos somos seres humanos."
Palavras de FERNANDO NOBRE
"A AMI lá estará, a partir de amanhã. A fazer o que puder, com o que tiver para dar."
Estou a ficar velho...
Um dia destes, casualmente, na rua que vinda da Praça Velha, desemboca na praça dos táxis, quase que à sombra da estátua do Patriarca da Liberdade, encontrei um amigo de há longos anos. Como normalmente acontece, falámos da Figueira e da sua deriva democrática.
Tanto ele, como eu, pertencemos a uma geração que foi rebelde. Há 30 anos atrás, éramos adubados pela "teimosia da esperança" com a crença que, tanto a Figueira, como Portugal, iam mudar.
Tentámos, cada um à sua maneira, ajudar a Figueira e o País a abrir os olhos à sua cegueira. Mas, que nos reservou o futuro, que o mesmo é dizer, o presente?
Uma Figueira e um País à beira do desespero, descrente, um horizonte de nuvens cerradas, em que é com grade dificuldade que se vislumbra algo de luminoso ao fundo do túnel. Na Figueira e no País instalou-se um cansaço doentio e indolente e uma indiferença contagiante.
O meu amigo, a determinada da altura, disse-me: “um gajo cansa-se de remar contra maré...”
Uma Figueira e um País, que se afundam em dívidas de milhões de euros, a cada minuto que passa, e que enterraram o futuro em novas oportunidades dadas a novos e velhos oportunistas?
Pode ser que isto não passe de um ciclo vicioso, e que o Povo cientificamente estupidificado, acorde e ainda consiga sobreviver!..
Estou a ficar velho para acreditar que a Figueira consiga, de novo, interessar politicamente figuras como, por exemplo, Maria Judite Pinto Mendes de Abreu, Joaquim Namorado, Mário Neto, Armando Garrido, João Bugalho, Alzira Fraga, Rui Alves, Gilberto Vasco, Mário Lima Viana, Costa Serrão, Viana Moço, João Severino Neto, Joaquim de Sousa, Melo Biscaia, Abílio Bastos, José Fernandes Martins…
Hoje, ao olhar para a composição da Assembleia Municipal da Figueira da Foz, fica-se cá com uma dor de alma…