António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Nota de rodapé, via Filipe Tourais:
"Pedro Pichardo esta madrugada voou para o ouro do nosso orgulho nos mundiais de atletismo. André Ventura voltou a ficar colado à vergonha que sempre o acompanha nas suas eternas olimpíadas da indecência. É a vida. Uns são enormes e afirmam-se pelos seus feitos. Outros é sempre o mesmo registo nojento, nunca descolam da porcaria que sempre foram."
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