domingo, 16 de janeiro de 2022

Se “Chicão” morrer, morre de pé

«No país engravatado todo o ano e que se assoa à gravata por engano — como escrevia Alexandre O’Neill —, uma grande parte de comentadores decidiu tornar equivalente Francisco Rodrigues dos Santos a André Ventura depois do debate desta semana. 
É grave: ignoraram tudo o que Rodrigues dos Santos disse a Ventura, desqualificaram a defesa que fez do papel dos valores da democracia cristã contra a direita “xenófoba” e “racista” e decidiram confundir tudo, provando que o que às vezes mais importa ao debate político não são as ideias, mas a forma. Se Francisco Rodrigues dos Santos tivesse falado mais baixinho, talvez os comentadores percebessem. Mas o presidente do CDS fala alto e é bruto. 

Ainda bem que “Chicão” mudou. Por muito que o CDS tenha sido, desde que Francisco Rodrigues dos Santos assumiu a liderança, um partido sem rumo e as sondagens mostrem que o CDS está em coma induzido, é de elogiar que “Chicão” tenha sido capaz de mostrar as diferenças entre um partido fundador da democracia e outro xenófobo, racista e populista. Se o CDS morrer a 30 de Janeiro, morre de pé.»

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