segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

A ajuda que a entrevista de Raquel Ferreira deu para a compreensão do actual momento político figueirense

Um dia destes expliquei no OUTRA MARGEM o que aconteceu ao PSD Figueira, de 2007 para cá, que desembocou no miserável resultado autárquico de 26 de Setembro p.p.
A entrevista dada à Figueira TV pela  Raquel Ferreira, uma deputada do PS, passada e futura, que a estrutura partidária local e distrital fez flutuar no vácuo, demonstrou que nos chamados partidos do poder, não há, nunca houve em 47 anos de eleições democráticas, uma visão global para a Figueira, nem da parte do PS, nem da parte do PSD.
O importante são as lógicas pessoais de poder. 
Carlos Monteiro considera estratégico o controlo do Partido. Quando chegou a presidente de câmara, só tarde e a más horas - depois de ter perdido as eleições de 26 de Setembro passado - percebeu que estava a lidar com um monstro. Verificou que sem poder autárquico para poder distribuir as prebendas, é muito difícil e complicado controlar um aparelho partidário interesseiro e voraz, que o via e utilizava - a ele, Carlos Monteiro - apenas como um meio de atingir os seus fins. 
Em Janeiro de 2022, o PS  Figueira de Carlos Monteiro encontra-se na situação em que Duarte Silva em 2009  "matou"  o PSD Figueira, com um aparelho partidário controlado por Lídio Lopes, hiper-voraz, mas já sem poder autárquico.

Na Figueira, hoje, temos Santana Lopes no poder, sem ter necessitado dos aparelhos partidários. Santana mostrou que os aparelhos partidários do "centrão" na Figueira valem pouco e são  descartáveis.
Carlos Monteiro e quem vier a ter o poder na concelhia do PSD Figueira encontram-se numa posição difícil. 
Escreveria mesmo, quase num beco sem saída: a reconquista da credibilidade dos políticos e partidos do "arco do poder", na Figueira, tem de passar por uma porta estreita - que é a da coerência com que praticam aquilo que proclamam.

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