quinta-feira, 30 de abril de 2020

Da série fuga para a frente...(Esperemos que a promessa do multiusus tenha sucesso, ainda que a esperança não seja muita...) 4

"Depois de o Ginásio Figueirense se ter sagrado campeão nacional de basquetebol, recebeu no Pavilhão da Escola Joaquim de Carvalho o gigante Real Madrid. Lembro-me desse dia como se fosse hoje. O pavilhão estava à pinha e eu, que conseguia arranjar sempre um buraquito para me enfiar e ficar junto às linhas, nessa ocasião pouco vi do jogo. A derrota foi pesada, mas a animação foi grande e encheu o pavilhão talvez como nunca tinha acontecido, nem voltou a acontecer. Desde então, o concelho da Figueira equipou-se com mais pavilhões, com maior capacidade e mais modernos. Com o passar dos anos, alguns foram sendo desleixados, vítimas da falta de dinheiro e de funcionários para a manutenção. Para a realização de eventos desportivos no concelho, a escolha é variada e descentralizada, apenas requer a reabilitação dos espaços existentes e uma política racional de manutenção, caso contrário a reabilitação para nada serve. Para eventos culturais, feiras, certames, etc., o panorama é semelhante. Temos variadíssimos espaços espalhados pelo concelho, muitos deles com uma longa história de enraizamento na vida das comunidades do concelho. Bastará reabilitar estes espaços e elaborar planos sustentáveis de manutenção, e ganharemos imensos espaços multiusos perfeitamente viáveis. O próprio Centro de Artes e Espetáculos é um espaço com capacidade para receber com muita qualidade uma parte dos eventos que cabem num pavilhão multiusos. Se nos anos 70 do século XX, a Figueira foi capaz de receber o Real Madrid no “Liceu”, apesar de o espetáculo basquetebol ter mudado muito, porque é no século XXI não somos capazes de organizar todos os eventos relevantes que ocorrem na Figueira na panóplia de pavilhões desportivos, pavilhões e salões de associações locais, salas de congressos de hotéis, etc., que possuímos no concelho? Um pavilhão multiusos soa a mais uma obra de betão para enfeitar um mandato. Não me parece que seja a prioridade da Figueira, sobretudo no mundo pós-Covid-19, que desejo estar para muito breve."
Via Diário as Beiras

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