"Concluídas as eleições autárquicas onde durante cerca de nove meses, qual experiência inédita, vivi de forma intensa e com muita emoção uma campanha eleitoral, eis que estou de regresso à rotina da minha actividade profissional, ao convívio pleno com a família e amigos, assim como, aos escritos da Figueira na Hora.
Também o concelho, depois, por momentos, ter deixado pairar no ar sinais de querer mudar, voltou ao triste ramerrão que o tem caracterizado nestes últimos anos.
Se esperança havia acerca duma vontade colectiva alternante a mesma gorou-se no passado dia 1 de Outubro com metade dos eleitores a optarem por ficar em casa, ao ponto da abstenção ter-se situado quase em 60% na área urbana.
Até o resultado da votação local em termos de representação partidária nada alterou, tendo seguido e copiado a tendência nacional, onde o PS saiu vencedor seguido do PSD, CDU e BE, à excepção do CDS que por cá foi último atrás do MPT.
Ou seja, tudo praticamente na mesma! Mantém-se uma governação que não o é, mais se assemelhando a um misto entre gestão corrente e cumprimento de serviços mínimos, sem projecto definido, sem estratégia ou rasgo, que ano após ano arrasta o município para uma agonia sem paralelo, quando, em contraponto, a maioria das candidaturas eleitoralmente derrotadas defendiam um modelo inovador de desenvolvimento socioeconómico sustentado e coeso para o concelho, que passava pela implementação dum mecanismo, capaz, de forma integrada, debelar o drama ambiental de erosão costeira vivido a sul, relançar a atractividade turística da cidade através do encurtamento da praia à imagem dos anos 70, e potenciar, em definitivo, o porto de mar para um quadro de âmbito regional ibérico.
Perdeu-se o by pass! Fica o pass by!"
Carlos Tenreiro. Via Figueira na Hora. Imagem via Mudar Já.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
este betinho do Bairro Novo deve avançar com uma reflexão não de "MUDAR JÁ", mas sim "ACABAR JÁ".
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