Na Figueira, pelos vistos, não se passa nada.
O jornal AS BEIRAS - e muito bem - tem no espaço que dedica à cidade da Figueira, de segunda a sábado, um "cantinho" de opinião que, a meu ver, em princípio deveria privilegiar o que se passa (ou o que não se passa...) na cidade e no concelho.
Esta semana não sei o que se passou...
Na segunda-feira, Teotónio Cavaco, um político experiente (neste momento, é líder da bancada do PSD na AM) falou do "menino do Humbo".
No dia seguinte, Isabel Maranha Cardoso, uma política com algum traquejo (foi vereadora e presidente da Assembleia de Freguesia de Buarcos/S. Julião da Figueira da Foz) referiu-se ao "XXI Governo da era democrática"...
Vá la: hoje, João Armando Gonçalves (outro político: foi vereador na oposição, no anterior mandato da câmara municipal), regista que "uma Cidade Amiga das Crianças garante a todos os jovens cidadãos o direito a influenciar as decisões relativas à sua cidade; participar na vida colectiva; ter acesso a serviços básicos (água, saneamento, saúde, educação…); ser protegido da violência e abuso; usar as ruas em segurança; encontrar os amigos e brincar; viver num ambiente não-poluído e com espaços verdes; participar em eventos culturais e sociais; ser um igual na sua cidade, independentemente da sua raça, religião, rendimento, sexo ou estado físico. Em 2010 propus na Câmara Municipal que a Figueira da Foz aderisse a esta iniciativa. Em vão. Felizmente, outras Câmaras da zona Centro viram a oportunidade. É que se a cidade não cuida das suas crianças e jovens, porque haverão estes de se importar com a cidade?"
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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