sábado, 7 de outubro de 2017

Santana Lopes, provedor da Santa Casa

"Santana Lopes não tem a coragem necessária para se declarar candidato à liderança do PSD e, consequentemente, abandonar o conforto da Santa Casa. Sem sondagens mais próximas das próximas eleições legislativas e sem ter o partido na mão, Santana Lopes precisa de entreter o país durante o máximo tempo possível, para que corra menos riscos na hora de se decidir. Assim, vai mantendo o PSD debaixo de olho, enquanto aguarda a garantia de que o seu mandato à frente da Santa Casa será renovado, mata dois coelhos com a mesma cajadada.
A melhor forma de entreter o PSD durante mais uns meses é adiar o mais possível a questão da liderança, propondo que em vez de se escolher um líder de debata o programa. Enfim, há formas muito estranhas e originais de cobardia política.
Se Santana Lopes fosse um político corajoso faria pelo seu partido e pelo país o que em tempos fez pelo SCP: decidiu disputar a sua liderança, sem truques e adiamentos. Santana concorreria à liderança do PSD e incluiria como proposta uma revisão do programa do partido, que ele próprio conduziria. Mas Santana Lopes opta por um truque para se certificar de que não fica a perder. Adopta o velho princípio oportunista e cobarde de que é melhor um pássaro na mão do que dois a voar."
Quanto a Rui Rio já se sabia do que a casa gasta.
"Foi preciso Montenegro e Rangel desistirem e Santana dizer que ia brincar aos programas para que Rui Rio tivesse coragem de mandar anunciar a sua candidatura à liderança do PSD." (Via Jumento)

«Pedro Santana Lopes admite que está a “cuidar” do programa para o Partido Social Democrata (PSD), escreveu na sua crónica semanal no Correio da Manhã publicada hoje. Sob o argumento de que “o PPD/PSD não nasceu para ser segundo de ninguém” e de que o país precisa de crescer e melhorar, o social democrata assume que “nesta fase, os programas são muito importantes” – “é disso que estou a cuidar estes dias“, escreve.

O atual provedor da Santa Casa e ex-autarca justifica esse envolvimento com o novo programa por receber muitos apelos para o seu regresso e por se considerar um homem de ação. “Sou mais de ação, sou mais de agir e, desculpem a presunção, mas nas três casas que dirigi com algum tempo até hoje, têm querido que eu regresse ou que eu continue: falo da Figueira, de Lisboa e da Santa Casa.” E reforça: “têm valor os que acrescentam valor… Juventude, trabalhadores, empresários, autarcas, investigadores, os que vão por projetos. Eu também sou assim.”

Sobre Pedro Passos Coelho, Santana refere que o PSD “viu sair o seu líder que fez um trabalho digno de muito reconhecimento”. O grande desafio, acrescenta, "é escolher a solução capaz de enfrentar um adversário muito poderoso de quem neste momento se diz com condições de conseguir uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas.” Para isso, defende a recuperação de “muitos que estão fora da vida política ativa, nomeadamente fora de Portugal”, mas que “são grandes quadros e que têm ser aproveitados”.» [Observador]

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