quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Figueira, a cidade do porreirismo e dos autarcas porreiros...

 "As reuniões de câmara têm mais encanto na hora da despedida. Este podia ser o título de uma trova autárquica, que, por estes dias, por razões diversas, não se entoa em todas as autarquias do país. A vereação do actual mandato da Figueira da Foz, porém, que se reuniu, ontem, pela última vez, despediu-se com troca de elogios e agradecimentos. Até porque aquilo que uniu os vereadores da maioria PS e da oposição PSD – os superiores interesses do concelho – foi mais forte do que aquilo que os separou. E até aceitaram posar juntos para a fotografia, reforçando, com o testemunho perpétuo da imagem, o espírito democrático que haviam expressado através das efémeras palavras. João Ataíde, que vai continuar na cadeira do poder, agora com uma maioria absoluta ainda mais confortável, sublinhou que os “desentendimentos naturais” não impediram um relacionamento político “sempre abordado com a cortesia e a elevação que eram necessárias”. 
Do PS, saem os vereadores António Tavares e João Portugal, ambos por vontade própria, tal como Tiago Castelo Branco, chefe de gabinete do presidente, que também usou da palavra para agradecer aos presentes e ausentes que com ele se relacionaram durante cerca de seis anos. Teresa Machado, do PSD, por sua vez, põe fim a 16 anos de vereação, ou seja, quatro mandatos consecutivos, repartidos, em partes iguais, pelo poder e pela oposição. João Armando Gonçalves, também do PSD, despediu-se de oitos anos de serviço autárquico, enquanto Anabela Tabaçó e Ana Catarina Oliveira, do mesmo partido, cumpriram um único mandato, estando, pois, também de partida. “Podia ter sido diferente”, realçou aquele vereador social-democrata, lamentando a falta de meios da oposição, quando, na hora da despedida, fez um breve balanço do mandato. “Não vou dizer que andarei por aí, mas estarei atenta”, disse, por sua vez, Teresa Machado.
O ideal de Platão 
“Julgo que todos fizemos o melhor que pudemos”, sustentou António Tavares. João Portugal agradeceu a todos uma “experiência nova”, que durou quatro anos. Por seu lado, Carlos Monteiro, o número dois da lista de João Ataíde, vai continuar no executivo. O autarca reeleito aludiu a uma “oposição digna, sem ataques de caráter”. Ana Carvalho também vai continuar na equipa executiva. A vereadora agradeceu a colaboração de todos aqueles que a ajudaram a dar os primeiros passos na vida autárquica, incluindo os elementos da oposição. O presidente encerrou a sessão lembrando um vulto da Grécia antiga: “Foi um mandato que se aproximou do ideal de Platão, na defesa da res pública”. 
Jot’Alves, via As Beiras.

Nota de rodapé.
Todos os filósofos têm um problema para cada solução...

1 comentário:

Anónimo disse...

O que mais me deixa triste é a saída do Tiago Castelo Branco e do João Portugal duas figuras a quem a F.Foz muito deve perante o seu excelente trabalho em prol da cidade.
Dois lugares que vai ser muito difícil preencher principalmente o de João Portugal sempre presente de dia e de noite pronto a resolver os problemas relacionados com o seu pelouro.
É pena a sua retirada pois é de valores assim que a Figueira precisa para progredir.
É de todo meritório se na toponímia da cidade forem dados nomes de ruas a estas tão ilustres figuras.