António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 12 de agosto de 2017
Sábado de sol
Há dias em que chove ou faz sol, mais do que noutros.
Também há dias que sangram mais.
E como nem toda a chuva que cai, é com o propósito de nos molhar, nem todo o sol que nos abrasa, é com o propósito de nos queimar, também nem tudo aquilo que sangra é com o intuito de fazer doer.
Da mesma forma que aprendemos a fugir dos pingos da chuva e a protegermo-nos da inclemêmcia do sol, também aprendemos a lidar com tudo o que nos faz sangrar.
Hoje, até podia ser um daqueles dias que sangram, mas afinal nem chove.
Apenas faz sol.
Bom sábado.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário