sexta-feira, 28 de julho de 2017

Votar "útil" sempre, também cansa...

No contexto do que, habitualmente, se chama democracia, o princípio da representação política é simples. 
O voto, é o modo pelo qual o representado constitui o seu representante, alguém que está numa lista (embora já existam algumas excepções...) de uma organização chamada partido político. 
Por via do voto, o representante representa o representado. O representado é representado pelo representante. 
Até aqui tudo bem. O problema é que na distribuição de mandatos o contingente dos abstencionistas, o conjunto daqueles que por qualquer motivo não endossaram uma procuração política a um representante, não é tido em conta. 
A meu ver, está mal. 
A abstenção devia ser considerada como qualquer outro concorrente e entrar no cálculo dos quocientes a partir dos quais, segundo a regra d'Hondt, é feito o rateio dos mandatos submetidos a sufrágio. 
Acaso tal fosse feito conseguir-se-iam dois objectivos. 
Por um lado, evitava-se que os senhores políticos se presumissem representantes de quem não lhes outorgou qualquer representação. 
Por outro lado, se não fossem atribuídos os mandatos da abstenção, seria diminuído o número de políticos, o que permitiria depurar a fauna. 
Se não pela qualidade, pelo menos pela quantidade.
Já me estou a ver, no dia 1 de outubro próximo: olho para os cartazes e fico a pensar. 
Pode o voto ser útil em inúteis fingidos úteis?

Sem comentários: