Veio na imprensa, que um homem foi detido e levado a tribunal por furtar um saco de morangos no valor de 2,5 euros.
Isto, aconteceu no mesmo país onde todos os banqueiros que deram cabo da economia pelo tratamento que deram aos bancos, onde muitos governantes que se governaram em contas bancárias de milhões que não estavam em seu nome, sem falar nos gestores cujas empresas têm lucros garantidos à custa do bolso de todos, mediante leis devidamente fabricadas para o efeito, pois esmifrar legalmente um país inteiro não é crime, se acham inocentes.
Este, é o país onde vão presos ladrões de morangos e ficam à solta os benfeitores que nos roubam a valer.
Este, é país que se habituou aos grandes ladrões a quem chama doutores, mas que não tolera o pequeno furto de morangos feito por amadores.
Para quem gosta de ver as coisas pelo seu lado positivo, há sempre alguma coisa a apontar e valorizar.
Tomemos, por exemplo, o caso dos BOMBISTAS SUICIDAS.
É um crime gravíssimo, isso não está em discussão…
Mas, isso é indiscutível, como diria o Samuel, por comparação com outros, trata-se de um tipo de crime com uma BAIXÍSSIMA TAXA DE REINCIDÊNCIA.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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