Tenho todos os livros de Aquilino Ribeiro.
Autor clássico com uma escrita regionalista e panteísta.
Desconfio que grande parte das pessoas, hoje, na era da escrita simplificada ajustada ao “sms”, julgará que Aquilino falava uma espécie de brasileiro do nordeste.
Mas não, escrevia num português maravilhoso.
O mesmo português que a minha avó materna, natural de Sever do Vouga, falava.
Mas isto vem a propósito de quê?
Dos incêndios, pois claro.
Querem saber onde tudo começou?
Em Salazar, pois claro. E por muito que custe aos teóricos do “antigamente é que era bom”, é a mais pura das verdades.
Leiam “Quando os lobos uivam“.
António Alves, via Aventar
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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