quinta-feira, 4 de maio de 2017

E a França aqui tão perto...

Emmanuel Macron e Jean-Luc Mélenchon
"Emmanuel Macron fez fortuna após uma operação de aquisição do negócio de alimentação para crianças da Pfizer a favor da Nestlé, prejudicando curiosamente uma empresa francesa, a Danone. Nada foi produzido na operação, mas Macron enriqueceu instantaneamente a um nível interdito a qualquer trabalhador qualificado que desenvolva ou produza bens com um impacto positivo na sociedade. Macron é uma personagem típica do romance do capitalismo moderno. É por estas que não se espera um mandato capaz de mudar o capitalismo financeiro que tem vindo a desestruturar a economia e o mercado do trabalho da Europa. Não é por aqui que a UE irá mudar. 
Mélenchon foi incapaz de chegar a um acordo de candidatura comum com Hamon, seu fiel parceiro de lutas no PS francês, estendendo uma passadeira vermelha à extrema-direita para a segunda volta, eliminando simultaneamente a esquerda. Pior foi remeter para um absurdo referendo da France Insoumise, o conselho de voto para a segunda volta, oferecendo terreno aos fascistas da Frente Nacional para cavalgar na ambiguidade que semeou na sua área política. Na minha opinião, Mélenchon deveria afastar-se antes de destruir o que ainda resta da esquerda francesa. A partir de domingo, Le Pen deixa de ter a desculpa da perseguição à sua candidatura para continuar a fugir à justiça. Ficará só, obrigada a enfrentar as suas malfeitorias."

"Macron e Mélenchon", uma crónica de Rui Curado da Silva, investigador. Via AS BEIRAS.

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