Há cerca de 15 anos que não acontecia um “bota abaixo” na Figueira da Foz, de uma embarcação com as dimensões do "ferryboat" "Haksolok", navio com capacidade para transportar 377 pessoas e 25 automóveis, que vai ligar Díli, a ilha de Ataúro e o enclave de Oé-Cusse Ambeno, em Timor-Leste.
A embarcação, com cinco andares, tem capacidade para realizar viagens de longo curso.
Foi ontem lançado à água, nos estaleiros da Atlanticeagle Shipbuilding (antigos Estaleiros Navais do Mondego), onde foi construído.
O seu custo ascendeu a 13,3 milhões de euros.
A construção deste barco, é um contributo importante para relançar a indústria naval figueirenses.
Joaquim Peres, administrador da Atlanticeagle Shipbuilding, em declarações aos jornalistas, disse que a conclusão do "ferryboat" é "um cartão-de-visita fantástico, um excelente investimento e uma excelente aposta" feita pela concessionária.
"Tivemos vários potenciais clientes e estamos, neste momento, em fase de fazer alguns contratos novos, exatamente porque viram a qualidade com que construímos esta embarcação", sublinhou ainda no decorrer da cerimónia.
Segundo o administrador da Atlanticeagle Shipbuilding, há perspectiva de mais parcerias com Timor-Leste, sendo que estão a participar num concurso "para um segundo "ferry" para Timor".
"Há perspetivas de crescimento, sem dúvida", afirmou, dizendo ainda que a concessionária vai apostar também "na fibra de carbono" e noutro tipo de construções.
A cerimónia de lançamento à água do "ferryboat" "Haksolok" contou com a presença do bispo timorense Ximenes Belo e do antigo primeiro-ministro e actual presidente da Autoridade da Região Administrativa Especial de Oé-Cusse Ambeno, Mari Alkatiri. Participou, ainda, na cerimónia do batismo do barco o vice-ministro dos transportes e comunicações timorense, Inácio Moreira.
O Governo português não se fez representar, invocando incompatibilidade de agendas.
A Câmara da Figueira da Foz também esteve ausente.
A vereadora Ana Carvalho, em declarações ao jornal AS BEIRAS disse que não se apercebeu da chegada do convite, enviado, esta quarta-feira, por correio electrónico, afiançando que, se o tivesse visto, “teria muito gosto em estar presente”.
Entretanto, a Atlanticeagle tem vários contratos para assinar, ao mesmo tempo que se prepara para lançar um novo material, produzido à base de fibra de carbono, que poderá surpreender a indústria naval.
Neste momento, os estaleiros têm cerca de 200 postos de trabalho e deverão chegar aos 30 milhões de facturação em 2018.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
Lamentável "lapso" para não lhe chamar outra coisa de um executivo camarário para com uma das maiores unidades industriais do concelho.
Afinal Presidente, Vereadores, Chefes de Gabinete, Assessores, ninguém viu o convite.
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