terça-feira, 18 de abril de 2017

Política local: dos bastidores à boca de cena... (II)

José Esteves, presidente da Junta de Buarcos e São Julião, afirma na edição de hoje ao jornal AS BEIRAS, que os seus homólogos do PS do concelho lhe manifestaram solidariedade na disputa interna sobre a candidatura às próximas eleições autárquicas. “Falei com cada um deles para se pronunciarem sobre esta situação e para lhes perguntar se podia contar com o apoio deles, e disseram-me que estão a mil por cento comigo”
Todavia, não só os presidentes de junta eleitos pelas listas do PS estão com o recandidato, segundo garantiu. “O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, disse-me, em duas ocasiões, que sou o candidato natural do partido”, revelou ainda José Esteves. 
O recandidato, recorde-se, tem como concorrente interno o número dois do seu executivo, Rui Duarte. No entanto, o congresso do PS deliberou que os seus presidentes de autarquias são os candidatos naturais. No caso de Buarcos e São Julião, porém, existia um acordo de cavalheiros, segundo o qual o “vice” de José Esteves se candidatava à presidência da junta em 2013. 
Entretanto, naquele ano, as freguesias de Buarcos e São Julião fundiram-se e foi decidido que o presidente de Buarcos, José Esteves, seria o candidato à nova freguesia, e o acordo transitou para as eleições deste ano.

José Esteves garante também na edição de hoje de AS BEIRAS,  que o acordo entre ele e Rui Duarte ficou sem efeito devido a “jogadas de bastidores” que não lhe agradaram. “Assumo esse acordo de cavalheiros, embora no partido me tenham chamado à atenção que isto não é uma dinastia. O acordo só se quebrou quando me apercebi que as coisas não estavam a correr como deviam, mas avisei o Rui acerca da decisão”
Entretanto, o PS está dividido. De um lado, a secção de Buarcos, que não tem escondido a sua preferência por Rui Duarte. 
Do outro lado, a Concelhia, que defende a deliberação do congresso. 
Como é que a contenda vai acabar? 

“A fazer fé na deliberação do congresso do PS, e após conversas com dirigentes nacionais, naturalmente, vou recandidatar-me”, respondeu José Esteves.
Já em julho de 2016, José Esteves afirmava que era recandidato, admitindo, que, perante as “jogadas de bastidores”, até poderia avançar como independente. “Aquilo que quis dizer é que qualquer cidadão é um potencial candidato a candidato, seja por que partido for, ou até como independente, o que não é o meu caso, porque sou recandidato do PS”, justificou. 
Ninguém tem dúvidas que a disputa entre os dois autarcas socialistas de Buarcos e São Julião os levará a seguir caminhos diferentes. 
“Um dia disse ao Rui Duarte: toma cuidado, porque, para quereres ser número um, desta forma, jamais serás o número dois!”, rematou José Esteves nas declarações que hoje presta ao jornal AS BEIRAS. 

Nota de rodapé.
Adivinhar a conduta de um político pelo que se diz e pelo que fica por dizer , apurando os seus interesses e as suas motivações, é da maior importância para quem tenta fazer uma escolha consciente em prol da sua visão de comunidade. 
Por isso, é também inevitável atentar nas entrelinhas, no que está para além do que vem no jornal. 
Não acredito que todos os políticos sejam iguais, muito menos que todos sejam oportunistas ou maus políticos. 
Não há gente exclusivamente oportunista e incapaz, em nenhuma área do trabalho humano e também não será assim na política. 
Por vezes, tem sido é difícil distinguir o trigo do joio…
Para melhor compreensão de todo este imbróglio, que já vai longo, aconselho a clicar, para  ler, as postagens abaixo.


Esteves vai candidatar-se a um terceiro mandato e Duarte pode ir para assessor ou para a Figueira Domus.

Segundo fonte segura, A AGÊNCIA CARALHETE NEWS apurou que João Portugal quer ser candidato à Assembleia Municipal. E Ataide terá aceite, perante a imposição de Pedro Nuno Santos. Albino Ataíde, um Presidente forte com os fracos e fraco com os fortes!..

PS figueirense ao rubro...

PS figueirense ao rubro... (II)

Política figueirense: a silly season fora da época... (X)

2 comentários:

... disse...

Ficam por esclarecer algumas circunstâncias:
Será uma dinastia ou uma oligarquia que Esteves admite existir no PS? Apoios de quem? Dos outros príncipes da partidocracia vetusta? Não há uma verdadeira democracia quando o povo é proibido de se manifestar e mais ainda quanfo os militantes dos partidos são amordaçados? Será que temos aqui um jardinista puro que não sabe quando sair? Terá deixado obra intemporal que urge concluir? Anseia reforma suplementar para sobreviver?
A manter-se assim o estado da nação, mais vale tranformar isto tudo numa "retraite" para nacionais e estrangeiros...

Anónimo disse...

" E tudo isto "a bem da nação" Buarqueira