Um jornal não tem idade.
Está vivo ou está morto!..
Todas as vidas têm rituais.
Já lá vai o tempo em que, logo aí pelas 8 da manhã, tinha dois actos obrigatórios.
A compra do jornal diário, normalmente o Público, e uma primeira leitura superficial - uma notícia ou outra e a leitura editorial.
Entretanto, ia tomando aquela primeira bica, que tão bem me sabia!
Depois, ia-se ao trabalho e, mais tarde, com mais tempo, lá pela hora de almoço, aprofundava-se a leitura.
Bons tempos.
Hoje, tenho a internet...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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