Sem nunca ter sido um gajo exuberante, considero-me um fulano bem disposto.
Sobretudo gosto de sorrir. E, também, de dar uma boa gargalhada.
Mas, neste caso, prescindia com todo o gosto de a dar.
Isso teria querido dizer que o número de circo anterior não tinha existido...
Eu, que além de um gajo mal visto, sou um gajo que visto mal pra caraças, valo-me do meu bom humor, pois é uma das melhores peças de vestuário que alguém pode usar na sociedade.
Daí, isto é, por nunca ter muito dinheiro para a vestimenta, sempre procurei viver a vida com boa disposição.
Encaro a vida, aliás, mais do que como uma comédia, como um grande espectáculo de humor.
O problema, é que, por vezes, não entendem a piada...
Eu sei que rir pode ser considerada coisa dos tontos.
Mas, também sei que não rir, é coisa dos estúpidos.
Espero, até ao fim dos meus dias, nunca perder o bom humor, pois quem o achar não mo irá devolver...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
E ninguém chama esse coiso à razão?
Se tu ris, eu choro
é que é mesmo um tristeza
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