As previsões apontavam para ondas de entre seis e sete metros, ontem, a partir das 18H00, coincidindo com a maré alta. Por prevenção, às 17H00, a Protecção Civil Municipal fechou a marginal oceânica de Buarcos ao trânsito, entre a rotunda do jardim Fernando Traqueia e a Tamargueira.
Entretanto, a Capitania da Figueira da Foz reforçou os meios junto aos molhes e à barra.
Na Leirosa, na Costa de Lavos, na Cova e no Cabedelo, foi a aflição do costume.
No pico da agitação, cerca das 19 horas, o mar invadiu o Cabedelo, cujo acesso rodoviário havia sido cortado pela capitania.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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