"A história do João Sete Vidas que a Sociedade de Instrução Tavaredense leva à cena no âmbito do seu 113º aniversário constitui um misto de drama e de divertida opereta, original da própria coletividade, resultado de laboriosa pesquisa levada a cabo no vasto acervo da coletividade e nos arquivos municipais por membros do próprio corpo cénico e dos órgãos sociais.
Nela se cruzam as vidas miseráveis dos cavadores e sua relação reverencial com a grandeza dos senhores da época, a inocência do labor divertido das vindimas e a apologia dos laranjais e da Fonte de Tavarede e a análise circunspecta da guerra pelos entendidos e informados. Uma verdadeira lição de história local."
Daniel Santos
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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