"Algumas das melhores características das sociedades desenvolvidas são a capacidade, a liberdade e os meios que dá a muitos de… discutir. O ato de discutir, implicando a análise e a troca de ideias sobre um assunto entre duas ou mais pessoas (chegando-se ou não necessariamente a um consenso imediato), compreende debate, defesa de argumentos opostos, polémica, controvérsia – tudo muito bom, assegurado que está que não se ultrapassa a barreira da aspereza, da injúria, da gritaria, da agressividade, pois assim o que sobressai é a altercação, a briga (ou seja, perdeu-se o sentido)...
... Nunca como hoje fomos tão capazes, tivemos tamanha liberdade e dispusemos de tantos meios para discutir – ora, discutimos? Quantos de nós? Sobre o quê? Para quê? O espaço que partilhamos em sociedade é a nossa casa comum, a qual será certamente mais acolhedora se a co-edificarmos. Permanentemente. Em discussão. Ou vamos continuar a preferir a demissão?"
Nota de rodapé.
A prosa acima, foi retirada da crónica de hoje publicada por Teotónio Cavaco, no jornal AS BEIRAS.
Como sabe quem me acompanha, actualmente não milito em nenhum partido político, não pertenço à classe dos trabalhadores mais oprimidos e explorados, não estou no desemprego (nem empregado!), não sou comentador profissional, não “faço opinião”, não opino na rádio nem na televisão e não escrevo nas colunas de um qualquer jornal. Muito menos sou economista.
Porém, nada disso impede o direito a ter a minha opinião e expressá-la. E ser lido.
Isso, contribuiu para selecionar Amigos.
Tenho Amigos que pensam como eu, porque querem. E tenho Amigos que não pensam como eu, porque não querem.
Como estamos em democracia, isso deveria ser tão natural como ter fome ou sede.
Cada um tem a sua opinião sobre o que se passa à nossa volta.
Ponto final.
No presente e no futuro, vou continuar a pensar, a dizer e a escrever, o que entendo sobre a vida e sobre os políticos, porque eles condicionam as nossas vidas. Sejam eles políticos na Aldeia, na cidade, em Portugal ou no mundo.
Vou continuar igual, isto é a ter a minha opinião e a conviver bem com a opinião dos outros.
E quem não conseguir conviver bem com a minha opinião?.. Temos pena: passem bem...
Se eles não sabem viver em "sociedades desenvolvidas", o problema é deles...
Vou continuar a gostar de apreciar o que me rodeia. Vou continuar a estar atento às diferenças e aos pontos de contacto.
Mais do que da palavra liberdade, gosto da Liberdade.
Mas, em finais de janeiro de 2017, o que é a Liberdade, na Aldeia, na cidade, no País e no mundo?
A Liberdade é algo de complexo e de difícil vivência.
Temos a Liberdade de opinião, que não está garantida para todos, mas para mim está garantida há muito.
Temos a Liberdade política, que com imperfeições, está garantida. Assim, todos tenham a coragem de a assumir e viver.
Temos a Liberdade de circulação, que até tem sido alargada no espaço geo-político em que Portugal está inserido.
Mas, temos Liberdade económica?..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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