Teotónio Cavaco, deputado municipal do PSD, na crónica que hoje assina no jornal AS BEIRAS.
..."por “governar” entendemos por exemplo administrar; reger; dirigir; ter autoridade sobre; regular o andamento de; conduzir para…; já o “deixar-se governar” pode ser entendido como confiança em; estar por conselhos, direcções, mandados de; mas também demitir-se de intervir; aceitar passivamente o governo de; ser mantido, sustentado; perder autonomia; delegar acefalamente a sua vontade.
Há, na foz do Mondego, quem por governo entenda luzinhas e foguetes, saltos e decibéis, inauguraçõezitas e anúncios de Obra que nunca concretizarão, festa e festança com a Dona Constança.
Há, na foz do Mondego, quem se deixe governar sem se questionar sobre a razão do incompreensível atraso do PDM, sobre a modestíssima verba do PEDU, sobre a altíssima taxa de desemprego, sobre a inexistente política de mobilidade no concelho, sobre a incapacidade para atrair investimento, por exemplo.
Alguns dizem que há, na foz do Mondego, um povo estranho que quer assim continuar a ser governado… talvez não, Dona Constança!"
Nota de rodapé.
“Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa nem se deixa governar!” – esta frase, normalmente atribuída ao general romano Galba em carta enviada ao seu Imperador, no Séc II antes de Cristo, referia-se à tribo guerreia dos Lusitanos, comandados nomeadamente por Viriato, os quais habitavam uma parte do actual território nacional e que ofereceram acesa resistência às poderosíssimas legiões romanas."
Já o figueirense, a exemplo da enguia, como bom descendente de gente que sempre esteve ligada ao mar, sabe movimentar-se como ninguém em líquido inorgânico...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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