segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Política figueirense: a silly season fora da época... (VI)

Estávamos em finais de 2005. 
José Elísio, candidato único, tinha acabado de ser reeleito para o terceiro mandato seguido de 2 anos, à frente dos destinos da concelhia do PSD/Figueira.
Pois, foi precisamente nesse final do ano de 2005, que "insatisfeitos com a orientação da concelhia do PSD e preocupados com a estratégia do partido para futuras eleições", alguns militantes do PSD decidiram juntar-se num primeiro encontro para analisar a situação e acautelar o futuro do partido.
Entre os presentes, destacavam-se Joaquim de Sousa, Lídio Lopes, Daniel santos, David Azenha, Gil Ferreira, Albano Lé, Azenha Gomes, entre outros "ilustres" militantes sociais democratas figueirenses. Nessa reunião, registou-se a ausência de Pereira da Costa, que também fazia parte do grupo...
O porta voz foi Lídio Lopes, que na altura manifestou aos jornalistas "as preocupações associadas às dificuldades que o concelho atravessava" (recorde-se que em 2009, a Figueira estava na ressaca do ciclo PSD - mandato de Santana Lopes, a que se seguiu Duarte Silva...) e a "necessidade de inverter a situação".
Este grupo, dissidente da concelhia, então presidida por José Elísio, previa a necessidade de "acautelar algo que possa acontecer", manifestando, contudo, "toda a solidariedade a Duarte Silva".
Já sabemos o resto da história do PSD/Figueira. Quatro anos depois, em 2009, até aos dias de hoje, o PSD foi varrido do poder e as divisões e convulsões internas continuam a fazer caminho.   
Portanto, enquanto o PSD/Figueira não fechar este ciclo, Ataíde pode dormir descansado.

Neste momento, (até porque há quem considere que foram as divisões internas vividas pelo PSD/Figueira, em 2009, mas que já vinham de trás, que permitiram a vitória a João Ataíde) a incógnita é: será que as feridas então abertas vão conseguir ser saradas em tempo útil?
Se este ciclo estivesse fechado - a expressão "fim de ciclo" tem méritos... - isso significaria que o trauma dentro do PSD/Figueira,  que vem desde 2009,  estaria amansado.
Abro um parênteses, para sublinhar que há quem considere, dentro do PSD/Figueira, que estes "ilustres" companheiros acima referidos, foram os «coveiros» que, em 2005, com este primeiro encontro, registaram o momento em que se começou a cavar a sepultura onde este partido, no nosso concelho, jaz há sete anos...

Se tudo se renova, se os fins fazem parte da mesma ordem dos começos, a sagração deste "fim de ciclo" requer o elementar talento para aceitar enterrar de vez o passado recente do PSD/Figueira  e começar novo caminho.
Porém, pelo que conheço da realidade política figueirense, não consigo vislumbrar esse  talento dentro deste PSD/Figueira. 
No entanto, para um observador fora dos meandros partidários, parece que é por aí, pela capacidade ou incapacidade de arrepiar o actual trilho, que irá passar a explicação, para mais um contributo - o terceiro seguido - do PSD/Figueira para nova maioria de João Ataíde.

Em 2005, dentro do PSD/Figueira,  Joaquim de Sousa, Lídio Lopes, Daniel Santos (entretanto, já saiu do PSD), David Azenha, Gil Ferreira, Albano Lé, Pereira da Costa,  entre outros "ilustres" militantes sociais democratas figueirenses, funcionaram como funcionam os profetas dos fins de ciclo, os profetas das pequenas coisas, pois eles sabiam, já em 2004, que nada terminava sem mais...
Para eles, na altura,  tudo fazia parte de uma lógica mais vasta, que os figueirenses normais, como eu, ainda hoje não somos capazes de perceber, naturalmente pela nossa estreiteza de vistas, falta de paciência ou renúncia à esperança. 

Uma coisa o futuro provou.
Não convenceram: nem dentro, nem fora do partido.
E continuam a não convencer. 
Tanta sabedoria e talento junto só podia assustar... 

1 comentário:

Marta Carvalho disse...

Fim de ciclo-é4 isso mesmo.Diria mais:fim de ciclos ,globalmente falando.O mundo está a mudar muito rapidamnente,tanto politicamente falando como em outros campos muito importantes como seja o aquecimento global,as migraçôes,os refugiados e perseguidos eta...e se nós não acordamos e damos as mãos e mudamos de paradigma,estamos a caminha a passos largos para a desagregação da UE,com o fim da moeda unica e mesmo da Europa como hoje a conhecemos.
Os Povos,todos os povos,estão desiludidos com a Politica,com os seus governantes e não vêm saída,por isso não querem intervir,divorciaram-se,e deixam-se conduzir pelos que nos estão a destruir e sabem o que fazem e assim conseguirão o que se propôe.Substituiram Deus pelo dinheiro,os valores intrinsecos do Bem pelo Mal,não há valores morais nem éticos,não há ideologia nem sentido para as suas vidas.Temos de de caminho,não retricedendo mas avançando para outro lado,PARA A OUTRA MARGEM>.
hÁ MAIS GENTE E MAIS pARTIDOS AQUI NA ffOZ.TÊM DE AOARECER EM FORÇA NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.Nada está garantido,embora tudo pareça destinado.Mas nós,os outros mais pequenos,o CDS e o PCP tên uma palavra a dizer.Agora e já.Não há muitos anos a CM.tinha representação no seu colégio,do CDS e do PCT.Não havia entºao esta hegemonia e dança de cadeiras entre o PS e o PSD.Havia vozes discordantes que,embora sem maioria,tinham voto,defendiam as minorias e votavam jun tos (cada um fazendo a sua declaração de voto.Estive na CM.três mandatos:um pelo CDS,outro pela AD e o terceiro como in deoendente e ,convidada depois para aderir a vários Partidos,não o fiz nem farei,porque apenas quero ser .Este actual Presidente que se cuide,porque agora vai ser diferente.Vamos intervir,vamos abrir os olhos aos adormecidos neste torpor do zdeixa andar>do .Tudo vale a pena quando a alma não é pequena-dizia o nosso grande Poeta FERNANDO PESSOA.
aGARREMOS É ASSIM NOS aÇORES...E COM VACAS E TOIROS SE CORREU COM OS espanhois na PRAIA DA VITória,SENDO QUE NO INTERREGNO DOS FILIPES só nos AÇORES ERA DESFRALDADA A nossa BANDEIRA DAS QUINAS,então azul e branca,mas sempre com as quinas.