"Em 2001 tive de escolher entre continuar na Câmara da Figueira da Foz e ser candidato a um segundo mandato ou aceitar o convite/solicitação de Durão Barroso, então presidente do PSD, para ser candidato a presidente da Câmara Municipal de Lisboa. As sondagens davam-me, na altura, mais de 70 por cento dos votos se me recandidatasse na Figueira e os estudos de opinião sobre Lisboa apontavam para uma derrota com vitória de João Soares.
Aconteceu-me algo de parecido agora, com o convite que me foi feito pelo meu partido – e que já foi confirmado pelos seus responsáveis – para me candidatar de novo à Câmara Municipal de Lisboa. Desta vez, fiz uma opção diferente e optei por continuar onde estou. Seria para mim praticamente impossível dizer na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que a trocava pela Câmara Municipal da mesma cidade. As responsabilidades que tenho na minha vida pessoal, familiar e profissional privada também não facilitavam uma resposta afirmativa. Mas foi a ligação ao trabalho que está a ser desenvolvido na Misericórdia que mais pesou na conclusão a que cheguei. Considero um privilégio poder continuar a servir os que mais precisam nesta instituição com uma tão relevante história. Hão de compreender que não me é indiferente ser de novo convidado, quinze anos depois da primeira vez, para concorrer a presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Depois de ter vencido em 2001, recusaram-me a possibilidade de uma candidatura em 2005. Convidaram-me em 2009 e aceitei. Puseram- -me a questão em 2013 – a concelhia –, eu disse que não, e agora foi o que é público. Já noutras ocasiões lembrei que a vida é feita de escolhas e privilegiado é quem pode decidir entre dois caminhos fantásticos. Sou grato a quem me convidou, mas esta é a decisão que me faz ficar bem com a minha consciência."
Pedro Santana Lopes, via CM
Nota de rodapé.
Pois...
Doutor Santana Lopes: continue então o trabalho, preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua reputação.
Porque a sua consciência é o que você é.
A sua reputação é o que os outros pensam de você.
E o que os outros pensam, é problema deles.
Já Oscar Wilde dizia que "consciência e cobardia são realmente a mesma coisa. Consciência é o nome comercial da firma - eis tudo!"
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
3 comentários:
Reputação? Quantos políticos v conhece com a honestidade do dr Santana?
Reputação, para mim, é o conceito em que a opinião pública tem uma determinada personagem.
Pode ser favorável ou desfavorável.
Portanto, a meu ver a pergunta que me colocou, tem de ser endereçada a quem de direito...
E, na próxima vez, identifique-se. Pois, a meu ver, fazer insinuações anónimas sobre uma figura da política nacional não é coisa que aceite neste espaço.
Se publiquei esta baixeza da sua parte, foi só para poder esclarecer que na postagem não está minimamente abordada a honestidade de Santana Lopes.
Estamos entendidos?
Lamentável a atitude do PSD.
Quem é que ainda não percebeu que Santana quer ser candidato a PR?
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