Na Figueira, cada vez mais se verifica o afastamento dos cidadãos da vida e da coisa pública.
Aliás, para sermos mais precisos e em abono da verdade, os gestores da coisa pública é que se encarregaram de afastar os cidadãos.
Em nome do pragmatismo, a maioria absoluta conquistada por João Ataíde, em 2013, acreditou no sonho que todos aceitariam a suspensão da democracia, em nome do bem do concelho.
Foi assim: a segunda-feira, dia 4 de novembro de 2013, passou a ser uma data histórica na Figueira da Foz - foi o dia, desde que vivemos em democracia, em que, na nossa cidade, se realizou a primeira reunião da câmara à porta fechada.
Tal, registe-se, ficou a dever-se a uma imposição da maioria absoluta de João Ataíde obtida nas autárquicas do dia 29 de setembro de 2013.
Tamanho desencanto magoa muitos figueirenses - mas, ainda mais do que o desencanto, principalmente a crescente consciência dele...
Mas, se a política, enquadrada nos partidos, desapareceu da vida figueirense, sublinhe-se que toda a revolução começou sempre por ser individual, e está a acontecer no íntimo de muitos de nós, em cada minuto dos dias que passam.
Para as pessoas, as leis e os regulamentos que criam obstáculos à Liberdade, são como o oxigénio. As leis e os regulamentos que criam obstáculos à Liberdade - que foi o que a maioria absoluta de João Ataíde efectivamente fez... - mudam a qualidade e a pureza do oxigénio que permite que as pessoas respirem e vivam...
E as pessoas, nem que seja apenas por uma questão de sobrevivência, hão-de acabar por reagir, pois as pessoas não conseguem respirar com facilidade um oxigénio sem qualidade e altamente poluído.
É pelo pensamento que sempre começa a revolução.
Um dia, os figueirenses, vão acordar.
Quando tal acontecer, não vão aceitar mais a multiplicação de discursos e proclamações de belos e grandes princípios democráticos que redundam, sempre, num profundo imobilismo político.
Os figueirenses, um dia, vão perceber que basta fazer o óbvio – pensar antes de votar.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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2 comentários:
Não sei se o Presidente atribuí-o tanto relevo ao vereador Almeida. Honestamente acho que nunca viu nele uma sombra ou uma hipótese de sucessor no cargo.
Explicação deverá ser mais discutida no âmbito da personalidade e da forma de estar/encarar o cargo. O que aconteceu aos “moderados” da sua lista? Apagados. O que aconteceu aos “desalinhados” da sua lista? Apagados. O que aconteceu à Assembleia Municipal? Apagada. O que resta? O Presidente!
E o partido que o apoia queixou-se? Há alguma movimentação de uma alternativa? A lista da próxima vereação, vai ser elaborada por…?
Continuar a afirmar que a Figueira tem sido mal governada pelo centrão? Claro!
Esperar que o eleitor "acorde"? Claro!
Mas, está difícil...
No fundo, Portugal é aquele país em que é 1ª página do jornal mais vendido, é a nova namorada de um presidente de clube de futebol !!!!???
Populismos levam-nos sabemos bem onde.
Depois admiram-se.
Agostinho;
Curiosa a afirmação do teu maior comentador Arte de Furtar: ".....A lista da próxima vereação, vai ser elaborada por…?"
Desculpa a minha santa ignorancia, mas não ia entrar em vigor aquela "cena" do Presidente ser eleito, desconfio que só com o Vice na lista e a Vereação era escolhida por ele?
Essa ideia constava no projeto original quando pensaram acabar com o TiAlberto que levou por efeito dominó o Jaimito Soares e meia dúzia dele mais. Sabes dizer se essa alínea caiu por terra?
Abraço
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