Segundo o que se pode ler no jornal Público “um destes dias há uma calamidade” no Museu Nacional de Arte Antiga...
A nova galeria de pintura e escultura portuguesa, aberta a meio de Julho, "só não fechou no dia seguinte à inauguração solene pela razão simples de que foi inaugurada pelo senhor Presidente da República e o impacto político do encerramento era dramático".
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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