terça-feira, 5 de julho de 2016

Sinceramente...

"Faz em Outubro quatro anos que a Assembleia Municipal (AM) votou uma proposta do PSD e do Movimento Figueira 100%, para a agregação de 4 Freguesias. Importa relembrar, que estas agregações não eram uma opção, mas sim uma obrigação. Resultaram de uma lei, que apesar de dela discordarmos, estávamos condenados a cumpri-la.
Havia dois caminhos possíveis. Um defendido pela câmara e pelo PS, que se traduzia na ausência de qualquer proposta, ou seja, ignorar a lei e permitir que “Lisboa” decidisse por nós. Um outro, mais difícil é certo, que representava não alienar a responsabilidade que a todos os deputados municipais cabe, e serem os figueirenses a decidir o que fazer com o seu território.
O primeiro caminho, levaria á agregação de 6 freguesias, o segundo e usando as prorrogativas da lei, permitiu agregar 4.
Claro está, que aqueles que nada fizeram e que preferiam que terminassem mais freguesias do que correr os riscos políticos inerentes a uma decisão inevitavelmente incompreendida por muitos, fizeram nas eleições autárquicas seguintes um triste espectáculo de demagogia, acusando-me de ser a favor da agregação. Volvidos quatro anos, a última AM aprovou uma moção da Assembleia de Freguesia da Ferreira-a-Nova, que solicita ao Governo e à Assembleia da República, que Santana se volte a autonomizar.
Registo com agrado, que o texto dessa proposta contém várias declarações minhas, manifestando a minha discordância com a lei. Foi preciso esperar quatro anos, mas sinto-me vingado a assistir ao PS a aprovar um texto, em que repõem a verdade, e que fica claro que sempre fui contra a agregação de freguesias."
Miguel Almeida, no jornal AS BEIRAS.

Nota de rodapé.
“Depois de 25 de Abril tenho-me sentido tentada a escrever uma peça que se chamaria «O Auto dos Oportunistas», mas que é impossível de escrever porque há sempre mais um acto”.
Sophia de Mello Breyner

Há sempre, pelo menos, duas formas de vermos as coisas. A verdade única é um mito. Não existe.  
Limitar a realidade a uma única perspectiva é distorcê-la. Os "opinion makers" fazem esse serviço na perfeição e a maior parte de nós limita-se a abanar com a cabeça.
Meu caro Miguel: podes tentar enganar todos, mas  a mim, que sou teu fiel leitor,  poupa-me...
Na altura, há  quase 4 anos atrás, o objectivo foi mostrar a alguém - e assim aconteceu, por inépcia política do executivo camarário... - que, embora em minoria e na oposição, dominavas o esférico político na Figueira...
O resto é paleio da treta...
Sinceramente: já não tenho pachorra para aturar certas coisas...
Pelo que tive oportunidade de ver no decorrer da última Assembleia Municipal, isto, para o presidente Ataíde e a sua maioria política, continua a ser um não assunto..
Portanto, o mais certo é os fregueses afectados continuarem "À espera de Godot".

1 comentário:

A Arte de Furtar disse...

Este texto do Sr Agostinho é acompanhado com:
“O barco vai de saída” - Letra e música: Fausto
(…)
Aquilo é uma tempestade medonha
aquilo vai p'ra lá do que é eterno
aquilo era o retrato do inferno
vai ao fundo
vai ao fundo
e vai ao fundo sim senhor
que vida boa era a de Lisboa. “

https://youtu.be/8kfSoe2WaGQ - o pronúncio do PSD Figueira da Foz

Não conhecia esta frase da Sophia. Mas, sempre certeira e verdadeira.
“Depois de 25 de Abril tenho-me sentido tentada a escrever uma peça que se chamaria «O Auto dos Oportunistas», mas que é impossível de escrever porque há sempre mais um acto”.
Sophia de Mello Breyner

PS: Entretanto o prof Marcelo condecorou Salgueiro Maia, Viva o Capitão de Abril!
Muito justa a condecoração a Salgueiro Maia.
Esta sim uma condecoração séria a um homem honrado que serviu Portugal.