"Presidente da EDP recorre ao mundo de futebol para tentar demonstrar que até nem ganha muito.
António Mexia, presidente da EDP, é um dos gestores mais bem pagos de Portugal mas em entrevista à Sábado recorreu ao mundo do futebol para tentar demonstrar que o ganha até nem é muito.
"No futebol, o meu salário equivale ao de um defesa direito de um clube do meio da tabela [risos]. Não me considerando eu, um jogador desses", disse Mexia na entrevista à revista.
O presidente da EDP fez questão ainda de comparar com o seu vencimento com os salários de gestores de empresas do sector com a mesma dimensão no estrangeiro.
"Se olhar para o sector, na Europa e nos Estados Unidos, o meu salário é incomparavelmente mais baixo do que o de outras empresas da mesma dimensão", afirmou o presidente da EDP
O gestor defendeu ainda que a questão do seu ordenado só diz respeito a si próprio e aos accionistas da empresa. "Sejamos pragmáticos, só lhes diz respeito a eles e a mim - e a mais ninguém. Sendo que é transparente, porque em Portugal as únicas pessoas que são obrigadas a revelar a remuneração são os gestores das cotadas e os titulares de cargos públicos", disse.
O presidente da EDP recebeu 1,9 milhões de euros em 2015 e este ano pode vir a ganhar 2,6 milhões." (Via jornal i)
Nota de rodapé.
Não vivo do futebol, para o futebol, nem do futebol, mas gosto do espectáculo.
Sabendo, porém, que tal como um mercenário não é um soldado, também um defesa direito deste futebol que deixou de ser desporto, não pode ser considerado um desportista.
Portanto, nada mais natural que o soldado defenda um ideal...
E também nada mais natural que neste futebol que deixou de ser desporto, o defesa direito defenda o negócio.
Apesar da expressão de algum pessimismo que esta postagem demonstra, certamente motivado por não ser adepto deste futebol que deixou de ser desporto, reconheço o que faz correr Mexia.
O homem tem ganho tudo em que se mete.
E a sua carreira parece que está para durar.
Parece-me que isso tem a ver com a grande capacidade que sempre teve de gerir e anular contrários.
Percebe o que o rodeia e dá-lhe a volta.
Disse-me, quem o conhece bem, que nunca foi grande jogador, mas sabe como funciona este futebol que deixou de ser desporto.
Acima de tudo percebeu-lhe as manhas...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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2 comentários:
Mais um cromo da bola.
Mais um ponta de lança do BES.
Mais surfista da política.
O meu salário comparar com...
Que treta!
Trabalho com turnos; produção industrial; sector químico e privado.
E dou muito valor aos meus colegas de trabalho.
Quanto ao resto conheço bem esta conversa de "modéstia"....
O Sr Ditector também pensa muito na folha Excel.
Vão dar banho ao cão!
E o ordenado dos trabalhadores das empresas onde ele recebe essa "taluda" (que por acaso é das empresas que melhor paga no país) ele deve compará-los aos apanha bola? Imortalizados por Wilson Brasil como gandulas e no nosso tempo de juventude eram os famosos "tecol" na Naval?
Abraço
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