sábado, 14 de maio de 2016

Com uma esquerda assim no poder local, quem precisa da direita na Figueira?..

O paradoxo do desemprego, um crónica de Rui Curado da Silva.
"Na entrevista de fundo que deu à Foz do Mondego Rádio e ao diário As Beiras, o Presidente da Câmara é interpelado sobre a taxa de desemprego no concelho, cerca de 11 a 12%, a mais alta do distrito.
Sabendo que a Figueira é também o concelho mais industrializado do distrito, não podemos fugir ao paradoxo que estes dois indicadores levantam.
Não podemos deixar de questionar que emprego é que a indústria figueirense oferece, sobretudo quando entre estas empresas temos uma das maiores exportadoras do país.
A explicação não se esgota na progressiva automatização do trabalho. Nestas empresas, o recurso à subcontratação é generalizado. Muitos dos subcontratados passam por situações de precarizado prolongado, com passagens frequentes pelo desemprego.
Obviamente que este tipo de emprego não atrai os jovens, repele jovens. A diferença crescente entre o salário de directores e dos trabalhadores das empresas ainda piora o quadro. Os directores apanhados recentemente nos Documentos do Panamá ilustram bem a natureza do problema.
A iniciativa do executivo para a caracterização do desempregado do concelho é positiva, mas é insuficiente.
E que tal caracterizar a oferta de emprego e se o tipo de oferta potencia ou não o desemprego crónico?
Ou ainda, que tal caracterizar os interesses dos accionistas e o cadastro fiscal dos directores?
Por aí andarão algumas respostas ao problema."

1 comentário:

A Arte de Furtar disse...

Bom texto.
Perguntas assertivas.
Respostas dadas pelo artigo do Público(sábado 14 de Maio):"Jovens portugueses excluídos pela crise".
Ler aqui:
https://www.publico.pt/sociedade/noticia/jovens-portugueses-sao-dos-que-mais-se-sentem-excluidos-devido-a-crise-1731906

E sei do que falo. Os meus abalaram. A Figueira passou a ser um local de visita.
Quem passa pela CM e outras associações são sósias dos Gatos Fedorentos:"Falam, falam, mas não fazem nada..."
Quantos de nós temos os filhos a trabalhar fora desta terra?


«Podemos considerar este país como a terra dos homens livres? O que significa estarmos libertos do jugo do rei Jorge se continuamos escravos do rei Preconceito? O que significa nascer livre e não viver livre? Qual é o valor de uma liberdade política que não seja um meio de liberdade moral? De que nos vangloriamos: de uma liberdade para sermos escravos ou de uma liberdade para sermos livres?» - Henry David Thoreau

E como costuma dizer um dos meus irmãos:
"E ao chegar à Figueira da Foz, Jesus disse:
Todos os dias me questiono porque troquei os dinossauros por vocês..!!”