sexta-feira, 1 de abril de 2016

Quintas de Leitura

Como o previsto, Pedro Mexia, o Conselheiro de Marcelo que não votou em Marcelo, esteve ontem à noite na Figueira.
Pedro Mexia, segundo julgo saber, é mais um que vive para escrever. Fora da escrita, apesar de ter chegado a Conselheiro para a Cultura do actual Presidente da República, as suas ambições são «abaixo da média», não indo muito além das expectativas burguesas de ter um tecto ou jantar bem. Não se deve lembrar de ter querido mais do que escrever. E conseguiu o que não é fácil: viver só da escrita. 
Pedro Mexia, é um dos nomes emergentes da poesia portuguesa e uma das vozes  no domínio da crónica e da crítica literária. A escrita será a sua única utopia, já que carece em absoluto de fé em qualquer outra. Não acredita na bondade dos Homens nem das sociedades e assume o que já sabiam os egípcios, que «não há nada de novo debaixo do sol».
Fez o curso de Direito, na Universidade Católica, sem sombra de vocação. Meteu os códigos penosamente na cabeça, mas não teve futuro nas leis. Ficou-se pelo estágioEntretanto, chegou a Comendador (foi condecorado oficial da Ordem Militar de Sant'iago da Espada por Cavaco Silva) e a Conselheiro Cultural de Marcelo Rebelo de Sousa. Sem ter votado em nenhum!

Nada como ser apenas  blogger, seulement blogger...
Um dia destes, aqui há atrasado, passou por mim na Avenida Saraiva de Carvalho, mesmo em frente da Caixa Agrícola, o maior intelectual da Figueira.
Como tinha acabado de ganhar o Prémio LeYa, ainda estive para o abordar nestes termos: "que tal um autógrafo do melhor escritor da Figueira, quiçá o Eduardo Lourenço da foz do Mondego, para o blogger da Aldeia?" 
Porém, não o fiz. Para além da minha habitual timidez, tive receio de que não me percebesse ou que não se julgasse o melhor escritor da Figueira... 

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