sábado, 2 de abril de 2016

A importância da Constituição

A Constituição Portuguesa faz hoje anos: 40
Não sendo a Constituição Portuguesa de 1976 - hoje aniversariante - uma Constituição com muito tempo de vida, podemos dizer que tem sido uma Constituição normativa, no sentido de que tem sido substancialmente cumprida.

O actual Presidente da República, Marcelo, que foi à data um dos deputados constituintes – tinha então 27 ano e integrava a bancada do Partido Popular Democrático (PPD) –, admite que devem ser criados, no sistema educativo, "espaços de diálogo e de debate acerca das instituições, incluindo a própria Constituição".
Recorde-se, que a Constituição de 1976, não nasceu à margem de um processo revolucionário. Pelo contrário, "foi o facto de ter havido o 25 de Abril, que rapidamente se converteu numa revolução, e ter havido aquela tensão e aquele debate e confronto de projectos doutrinários e ideológicos muito diversos, que acabou por marcar quer a eleição para a Assembleia Constituinte quer os seus trabalhos", recorda Marcelo Rebelo de Sousa.

Por outro lado, não nos podemos esquecer dos perigos. Ainda há pouco mais de 2 anos, um político no activo, Pedro Passos Coelho de seu nome, proferiu das mais graves declarações algumas que tive oportunidade de ouvir a  alguém que deveria ser politicamente responsável.
Na altura, esta criatura dirigiu-se aos imbecis da universidadezinha de verão do seu partido, dito social-democrata, nestes termos!
“Já alguém perguntou aos 900 mil desempregados de que lhes valeu a Constituição até hoje?”. 

Há pensamentos fatais para quem os diz em voz alta. 
Este é um deles. Não tanto pelo que Passos Coelho - o autor da frase - diz, mas, sobretudo, pelo que a frase diz do seu autor - Passos Coelho.
É que ele disse isto, como poderia ter dito, outras coisas:  para que serve a democracia? E a Liberdade? E as eleições? 
Se é só despesa,  não se pode eliminar tudo isto?

Na altura, os imbecis "universitários"  aplaudiram. 
A estupidez anda à solta. Com "estadistas" como Passos como professores, se estas ridículas "universidades" forem levadas a sério, o futuro de Portugal não sairá do nível de jotinhas sem formação humanística, nem sentido da democracia, nem decoro... Nada, a não ser ambição pessoal, própria de gente sem escrúpulos. 
Gente que não presta, como esta senhora...  

1 comentário:

A Arte de Furtar disse...

Lindo e melancólico o texto da Maria João Lopes sobre como se vivem os direitos consagrados na Constituição.

https://www.publico.pt/politica/noticia/o-sonho-de-abril-escada-acima-escada-abaixo-1727715