A noite passada mudou a hora em Portugal.
Foi assim.
Quando estava a dar uma, é como se estivesse a dar duas!..
Estamos em 2016, certo?
Existem lâmpadas de baixo consumo, os computadores estão ligados o dia todo, existe o ar condicionado, as empresas laboram a todas as horas. Estamos sempre ligados à corrente. Os tempos mudaram.
Fará sentido, hoje em dia, uma medida implementada durante a Primeira Guerra Mundial para poupar carvão?
O nome oficial das mudanças horárias é "Daylight Savings Time". Foi pensado por Benjamin Franklin para poupar velas... em 1784. Mas só seria implementado em 1916 para poupar recursos durante a Primeira Guerra Mundial!..
Isto da mudança da hora, de seis em seis meses, chateia-me.
Não compreendo esta ideia de a cada seis meses me complicarem a vida com isso.
Será que uma petição resulta?...
Merda para os burocratas que têm a mania de regular tudo: até a mudança da hora!..
Por vezes, tenho a sensação que o mundo anda desatinado e ninguém o contraria com medo que ele pare de girar.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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