domingo, 10 de janeiro de 2016

Um retrato do País

Oficialmente, arrancam hoje as duas semanas de campanha eleitoral para a ida às urnas a 24 de Janeiro próximo.
Pelo andar da carruagem, só se os portugueses acordarem,  teremos o milagre da não eleição de Marcelo, na primeira volta, no próximo dia 24.

Desde logo, porque na actual corrida a Belém, os grandes partidos estão ausentes e os candidatos reivindicam o seu estatuto de independentes face às máquinas partidárias. 
Tudo isto é atípico, mas não de menor importância: o que está em discussão democrática é a  eleição do cargo do mais alto magistrado da Nação.

A presente desvalorização da função presidencial, pelos portugueses, pelos maiores partidos e pelos órgãos de informação (a imagem fala por si), tem a ver necessariamente com a incapacidade demonstrada durante anos pelo Presidente Cavaco Silva.
Mas isto não explica tudo. 

Pouco assisti dos debates, realizados no decorrer da pré-campanha, entre os candidatos presidenciais. Mas, do pouco que vi, pareceu-me tudo algo confrangedor e pobre.
Basta ter constatado o seguinte: a independência foi apresentada como o milagre que poderá regenerar o sistema.

Por outro lado, a proliferação de debates, sem conteúdo, foi uma desoladora novidade desta pré-campanha. 
Até agora não existem - pelo menos, que eu desse por isso -  ideias estimulantes, os insultos foram soezes e camuflados e ninguém parece saber o que anda por ali a fazer, à excepção de Marcelo.
O seu objectivo é simples e claro: ser eleito à primeira volta

Como, no que depender de mim, isso não acontecerá, e como gosto das coisas transparentes e a intervenção cívica assim o exige, decidi-me, em tempo, pela candidatura de Sampaio da Nóvoa.

Resumindo.
Da pré- campanha para as presidenciais de 24 de janeiro de 2016, pouco se aproveitou. 
Infelizmente, é um retrato fidelíssimo do país.

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