segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Os sabonetes da república...

Ontem, muitos anos depois e a título póstumo, a História deu razão a Emídio Rangel. 
A televisão que vende sabonetes, também conseguiu eleger um habilidoso para presidente da república.
Como se viu, num país de habilidosos, resta pouco espaço para a inteligência.
A inteligência gosta de sonhar e percorrer caminhos novos.
A habilidade gosta de encenar, criar a ilusão e manipular, para convencer. 
O habilidoso que acabou de ser eleito presidente da república portuguesa tem, finalmente, uma oportunidade única para mostrar se também é inteligente.
É que, do outro lado, está outro habilidoso construtor de poder...
Ontem, ficou provado que uma televisão pode vender um presidente como quem vende um sabonete. 
E há quem compre. 
Espero, pelo menos, que quem comprou, tenha tido consciência disso.

2 comentários:

Martinha Lacerda disse...

É fácil parecermos muito inteligentes se formos os únicos na sala. Marcelo foi construindo uma imagem de comentador perspicaz, abrilhantado por sorrisos e olhares cúmplices com os pivots, em homilia semanal, sem contraditório. Em debate com quem não se limita a sorrir e acenar simpaticamente e discute política sem rodeios, Marcelo perde.
A mitomania tem um problema muito grande quando é confrontada com a realidade. E o mito Marcelo Rebelo de Sousa é um enorme castelo de areia.
Não foi derrubado, porque o mar no decorrer da campanha eleitoral nunca esteve muito agitado...

A Arte de Furtar disse...

Desculpem a confidência mas um dos meus filhos, que deixou “a zona de conforto” e abalou, mandou-me uma mensagem com o seguinte texto: ”Estás preparado para ter 5 anos de "Malucos do Riso?”.

Eu votei Sampaio da Nóvoa.
No pós-eleições legislativas parecia que a esquerda em Portugal havia regressado, finalmente, à política a sério, capaz de engendrar um acordo inédito.
Mas as eleições presidenciais foram mais do mesmo.
Um PS hesitante e autofágico, uma generosa e radiosa Marisa Matias, mas pouco ousada politicamente e apreço por aquele candidato, que se já foi padre e resistente na Madeira, no pós 25 de Abril. Nunca falei do candidato do PC por consideração a alguém que, nitidamente, estava deslocado desde o início. O PC escolheu uma figura regional e não nacional. Errou.
É pouco. Perderam todos. Perdemos todos.

Ganhou a continuidade e o conservadorismo.
Marcelo toma posse em Março.
Virá Primavera marcelista!

A terminar: não é timbre do PC o dito de Jerónimo de Sousa sobre Marisa Matias. Foi a nódoa da noite.
No fim: Eu gostava de ter votado CARVALHO da SILVA.