terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Carta aberta hoje enviada a Sua Excelência, o presidente da câmara municipal da Figueira da Foz

Excelentíssimo Senhor presidente da câmara municipal da Figueira da Foz

Desde já fica o pedido de desculpa pela ousadia de endereçar a Vossa Excelência, este protesto publico.
Faço-o, por reconhecer que Vossa Excelência, desde 2009, anda a gerir fundos públicos.

Depois de ver, durante anos e  anos, por parte da câmara municipal da Figueira da Foz, o desbaratar de dinheiros públicos, não posso conter mais a indignação quanto ao anúncio público da atribuição de mais 51.500 euros da autarquia que V. Excelência preside (mais apoio logístico, estimado em 16 mil euros, o que perfaz, no mínimo, 67.500 euros), o que constitui, em minha opinião, uma má utilização dos dinheiros que a autarquia e o estado nos exigem, enquanto contribuintes.
Do meu ponto de vista, o suporte financeiro de entidades privadas - como é o caso da Comissão que organiza o Carnaval de Buarcos em 2016 - não é, Vossa Excelência tem disso perfeito conhecimento, uma função ou obrigação do Estado ou de uma Câmara Municipal. 

Um espectáculo organizado é um produto comercial. 
A meu ver a Comissão do Carnaval deve fazer o investimento, realizar o evento e, quem quiser ir ver, paga. Quem não quiser, nada tem a pagar. Uma Comissão privada, criada para entreter os contribuintes, ou gera as mais-valias necessárias à sua existência, ou não é necessária. 
A lei a aplicar nesta matéria é a da oferta versus procura. 

Para não ir mais longe, aqui onde moro, na Cova-Gala, existem inúmeras carências, que me dispenso de mencionar, porque de certeza são do conhecimento de Vossa Excelência, dado o excelente diálogo que mantém com o presidente da junta de S. Pedro.
Não gosto de ser do contra, mas confesso que tenho muita dificuldade em compreender que Vossa Excelência e a sua equipa, durante anos, num período de crise, ainda por cima tendo encontrado em 2009 uma autarquia praticamente falida, se tenha podido ao luxo de gastar, sem retorno, o dinheiro que não existe para suprir necessidades básicas da população do concelho que Vossa Excelência dirige há 6 anos.

Com todo o respeito que Vossa Excelência me merece, enquanto cidadão, torno pública a minha exigência de outro critério na administração do dinheiro público que leve a CMFF a investir no essencial, em detrimento do espectáculo e do supérfluo. 
Eu sei que isto não é politicamente inteligente: o povo não iria compreender uma governação realista, pelo que Vossa Excelência é que deve estar correcto. 
O resultado das eleições de outubro de 2013 aí está para o provar.
De qualquer maneira, fica o meu ponto de vista.

Com os melhores cumprimentos
António Agostinho

7 comentários:

Anónimo disse...

De acordo
JM

Anónimo disse...

Um aplauso um grande de aplauso a esta carta.
Mas de certeza que ele não sabe que na Cova-Gala, existem inúmeras carências.
Nem pode saber para isso teria que visitar a freguesia durante um dia e ver pelo menos o estado das passadeiras nalguns sítios autenticas ratoeiras para que se dirige á praia.
Apenas deve saber o que a alguns interessa que saiba.

Anónimo disse...

Parte do que pago de IMI vai para aquilo? querem festa? façam-na! parece-me que nesse dias de carnaval se pagam entradas. Era com esses receitas que deveriam organizar e mais nada.

Red

Anónimo disse...

Quem é este sorridente que está ao pé do presidente.
É amigo? é vereador? é turista? é apresentador de festas?é mestre de cerimónias?
É de cá ou vem cá de vez em quando ver a bola.

Anónimo disse...

Touché!

Anónimo disse...

Parabéns pela coragem e frontalidade. Senhor Agostinho você disse o que muitos gostariam de dizer mas não são capazes.
Uma cidade onde continuam à noite as luzes a meio gás, as estradas com buracos que mais se parecem crateras, passadeiras irreconhecíveis e no entanto 60 mil euros para desbaratar.
Qual o retorno para este mau gastar de dinheiros publicos. Eu não gosto de Carnaval porque tenho de o pagar
João Rodrigues

Unknown disse...

Concordo plenamente com o teor da tua carta Agostinho,pois que os dinheiros públicos devem ser gastos em necessidades mais prementes das populações do concelho.Parabens pela carta e um abraço amigos
.
Luis Curado