"...Marcelo fez o seu último comentário na TVI e despediu-se com uma festa “pouco ortodoxa” (na realidade ligeiramente indecente, a beliscar as nádegas da deontologia) mas afinal era Marcelo e os jornalistas da TVI, depois de dizerem que ele era “amigo”, “cúmplice” e “da casa” até prometeram “incomodar” o candidato e “não lhe dar tréguas” e foi bonito e todos tinham os olhos um pouco húmidos e saiu em todas as televisões e em todos os jornais. Não foi normal nem ético mas que diabo… era Marcelo e quem tem ética morre de fome, como dizia a outra."
Depois de ler a crónica de José Vítor malheiros, ontem no Público, fiquei ainda com mais pena genuína do Marcelo, se ele vier a vencer, as próximas eleições presidenciais.
Vai ser um homem enclausurado num lugar mal situado e, ultimamente, muito mal frequentado - "Cavaco foi mostrando pela negativa, como as presidenciais são mesmo importantes. A questão é que os media (e, em particular, as TV) continuam a não lhes dar importância - o que significa que estão a boicotar o confronto de candidatos e impedem os eleitores de os conhecer… com excepção daquele que todos já conhecem..."
O jornalismo que acorde...
O que está em causa é a felicidade do comentador Marcelo...
Como presidente, penso que Marcelo não vai conseguir ser feliz...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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