Já tenho uma longa vida, vivida num país e numa sociedade que teve sempre o défice da meritocracia.
Eu não tenho particulares méritos ou deméritos, mas durante todos estes anos, os privilegiados em meu redor não repararam no pormenor que tinham começado a corrida em relação a gajos como eu, pelo menos dois quilómetros à frente...
Parafraseando Calvão da Silva, para a maioria dos portugueses, “Deus nem sempre é amigo”...
Dado o alarme social e político que uns poucos por aí andam a espalhar, fruto do seu medo, estará agora essa minoria absoluta - os privilegiados - a reparar no pormenor que a meritocracia existe e é uma realidade - e com bons resultados para a maioria absoluta - noutros países?..
Por mim, tenho o problema resolvido: na internet nada se perde.
É com isso que conto.
Um dia destes, mais ano menos ano, partirei desta para melhor.
Este blogue, porém, poderá permanecer por aqui.
Poderá ser, eventualmente, que alguém continue a vir cá e diga: “tão bom e talentoso rapazinho que ele era e agora não passa dum blogue”.
Isto, é ser optimista.
Vendo a coisa pelo lado da realidade, daqui a uns anos, ninguém cá virá e eu serei o mesmo que quase todos: nada.
Nem uma recordação.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
"Deus,o único ateu perfeito" - Teixeira de Pascoaes
Este espaço (blogue,como lhe chamam) pode ter muitos defeitos e poucas virtudes, mas nunca existirá como meias-tintas...
Que venha então a Esquerda Plural!
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