segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Miguel: o mais extraordinário, é que se o mar continuar a subir, ainda teremos a possibilidade de ver chineses na apanha do arroz de marisco no Baixo Mondego...

A sociedade portuguesa está cheia de mitos urbanos, preconceitos e ignorância. 
Esta crónica de Miguel Almeida, hoje publicada no jornal AS BEIRAS, vem no sentido de alimentar essa situação.
Portugal não estava habituado a discutir cenários eleitorais com a possibilidade de coligações à esquerda. 
O que se passou depois das eleições de 4 de outubro, a meu ver, contribuiu para abrir espaço a uma mudança importante, salutar e enriquecedora para a democracia. 
Caiu por terra a desculpa dos que não votam por que dizem que o seu voto não conta.

“Um governo PSD+CDS e PS não te[ria] nenhumas condições para funcionar”, quem o afirmou foi Pedro Passos Coelho, antes da eleições,  em entrevista ao jornal SOL. 
Segundo o Expresso, depois das eleições, porém,  "Passos perguntou a Costa se quer entrar num Governo com a coligação"
Afinal quem é que anda trair o seu eleitorado?..
Já sei: ainda vão por acabar de dizer que é "pelo superior interesse nacional"...

O discurso do “não há alternativa” é, por definição, uma forma de negar a possibilidade de existir uma sociedade livre e democrática.
Como escreveu no jornal Público JOÃO MARIA DE FREITAS-BRANCO"a esperançosa unidade de esquerda pode acabar por não se concretizar; mas a tentativa de a edificar teve já este grande mérito: fazer cair as máscaras. Um belo contributo para o premente combate ao kitsch político."
A realidade, porém, é esta. 
"Estamos a viver um tempo politicamente interessante, mobilizador, cheio de atractivos, mas também muito perigoso, porque se adensam os riscos de total definhamento da democracia. Como pano de fundo temos uma séria crise da democracia que se tem vindo a intensificar com assustadora celeridade. A estruturação de uma ditadura financeira na Europa tornou-se evidente com o caso Grécia. Já não é necessária grande perspicácia política para compreender que a perda de soberania desagua na extinção da democracia efectiva no interior de cada pátria europeia." 
O Miguel e os da sua área política têm de se habituar à democracia. Por mim, se a PàF ganhou como o Miguel e os da sua área política afirmam, que forme e apresente um governo no Parlamento. Qual é o problema Miguel?

1 comentário:

A Arte de Furtar disse...

Tenho de aceitar o facto de eu já ser muito antigo!

Assim, não me recordo do PPD ter dito, antes das eleições de 2011, que ia fazer uma coligação com a direita radical CDS e fez!

Ò PàFs, e atão agora não dizeis nada?
O vosso Passos convida Costa e ficais caladinhos? Foi pra isso que o povo votou PàF?
Olhai-vos bem ao espelho.
Gostais do que vedes? Sim?
Então censurais os outros por quê?
Tende vergonha, já que os vossos «maiores» estão imunes a tal sentir!

Há um princípio básico em democracia: um homem/um voto! E os votos dos portugueses nas forças políticas da PAF têm o mesmo valor dos outros portugueses que votaram contra a PAF.

E por fim, “Costa tem elevadas probabilidades de perder as apostas que está a fazer. Mas tem o enorme mérito de ter derrubado os muros que tolhiam o sistema político". Nicolau Santos in "Expresso - Economia"(17.X.2015).

Não sei como ainda tenho paciência para ler as suas boutades….