A nudez é comercial.
Joana Amaral Dias e Cristina Ferreira sabem-no bem.
No entanto, o conjunto de reacções de que tive conhecimento sobre esta fotografia da Joana Amaral Dias estiveram longe de ser positivas.
Houve controvérsia nas redes sociais
Por mim, nem acho bem, nem acho mal.
Joana Amaral Dias é uma mulher inteligente e bonita. A psicóloga, cabeça de lista do "Agir" às legislativas no círculo de Lisboa, sempre gostou de pensar pela sua cabeça e fazer opções por vezes em desacordo com a linha do partido ou tendência – e ela já andou por vários – a que se tinha vinculado. Foi o que sucedeu, uma vez mais.
Do que é que nos lembramos, porém, nestes dias em que devíamos estar preocupados com as nossas vidas?
Do corpo de uma mulher. Bonita. Grávida. Ex-deputada. Líder do movimento cidadão "Agir". Que saiu da campanha por ter uma gravidez de risco. Nua. Numa capa de revista.
Talvez seja campanha eleitoral. Talvez não.
Uma imagem, é aquilo que vemos nela. Cada olhar vê uma imagem que é única.
Importante, a meu ver, foi o Portugalex ter regressado ontem à Antena1, despido de preconceitos...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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