"Zé do Olho,
Não tinha medo do mar!
Era amigo e um amigo!
Adorava ser fotografado!
Era a pessoa que me movia para ir fotografar a Arte Xávega naquela localidade, Costa de Lavos.
Carismático, trabalhador e divertido é assim que me vou recordar do Zé do Olho."
Pedro Agostinho Cruz
Em tempo.
Zé do Olho é um Homem, como tantos outros, que vem dos tempos de nada. Nas aldeias, vivia-se do nada. Nem o mais essencial estava acessível à generalidade do povo...
Uma vida certamente recheada de estórias empolgantes, vividas na solidão branca das ondas do mar.
Uma vida, como tantas outras, vivida em condições de extrema dificuldade, que passou pelos longos anos da guerra, anos de fomes, tempos de duros racionamentos.
Zé do Olho, um Homem do Povo e um Amigo do Pedro, que o Pedro não esqueceu.
Os meus pêsames à família enlutada.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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