segunda-feira, 22 de junho de 2015

Olhar - gostava de ter dinheiro suficiente para comprar uns óculos em forma de oito deitado que permitissem olhar para o infinito...

“Chegou o Verão. A época balnear já abriu, ainda que algumas praias não tenham nadadores salvadores, as festas da cidade já começaram e aproxima-se o período do ano em que a Figueira acolhe mais gente. Chegou o momento em que os figueirenses mergulham num mar de calmaria até Setembro, altura em que voltamos à realidade e percecionamos que, afinal, os reais problemas do concelho continuam por resolver, até aqueles que deveriam contribuir para uma maior afirmação do município como um destino turístico. A curto e médio prazo, talvez a questão mais relevante seja alguns, que teimam em fugir ao problema, perceberem que a extensão do areal da Praia da Claridade é manifestamente incompatível com a atractividade que é exigida a uma praia familiar. Fugir a este facto é um erro estratégico. O Grupo de Trabalho do Litoral, que o Governo nomeou o ano passado, apresentou soluções que podem contribuir para a resolução do problema. Aguardam-se agora as soluções técnicas que um grupo de especialistas está a preparar e que devem ser apresentadas ao Ministro do Ambiente no próximo mês. Porém, a Câmara Municipal não pode viver alheada desta discussão e tem de ser parte integrante da solução que se venha a encontrar. Falando de praia, também não me pareceu muito inteligente alegar questões de segurança como argumento para mudar o local do banho santo. Passou-se uma ideia de insegurança da “Praia do Relógio” que é mais uma machadada na sua atractividade.” 

Em tempo
Quem acompanha a vida pública não pode ignorar, nem esquecer, que Miguel Almeida, na Figueira, é a memória mais presente, viva e actuante na política espectáculo. 
Todavia, não há futuro sem passado. Esta crónica publicada hoje no jornal AS BEIRAS, que a meu ver, merece ser lida com atenção, é fruto do conhecimento da realidade no nosso concelho. 
Não podemos esquecer o passado. Contudo, o tempo é traiçoeiro e faz esquecer. O tempo é malicioso. O tempo mata a memória. 
Lutar contra o esquecimento, pode ser uma das vantagens da presença de Miguel Almeida na vida política figueirense. 
Neste momento, apetece-me recordar um dos mais brilhantes, conhecedores e irónicos parlamentares locais que passaram pela Assembleia Municipal Figueirense e que, quanto a mim, tanta falta faz no activo da política local: o Nelson Fernandes da CDU. 
Para mim, a melhor ideia para celebrar a liberdade é, simplesmente, praticá-la. As eleições, tal qual o nosso sistema político constitucional as consagra, são um momento de exercício da liberdade. 
Muitas gerações de portugueses lutaram, sofreram, morreram ou, simplesmente, ansiaram pela chegada do dia em que pudessem votar em liberdade. 
Um dos apelos mais banais e, ao mesmo tempo, mais transcendentes, em democracia, é o apelo ao voto. O voto é uma obrigação dos que prezam a liberdade e a democracia. 
O actual executivo camarário, no poder quase há seis anos, que tantas expectativas gerou no início do primeiro mandato, está esgotado. A Figueira vai ter que mudar se não quiser definhar completamente. 
Isso vai passar por todos – futuros eleitores e futuros candidatos a eleitos. 
A melhor estratégia para interessar e mobilizar os cidadãos a ir às urnas passa por esta coisa elementar: a capacidade dos partidos em criarem ideias novas que possam ser postas em prática no sentido da melhoria da qualidade da vida de cada um, e de todos, e da própria democracia. 
Mas, isso é cada vez o mais difícil, por culpa de quem controla os partidos na nossa cidade. 
Deixo, para reflexão, esta pergunta simples: a elaboração dos programas eleitorais, ao longo dos anos, tem sido suficientemente participada, ao menos, pelos militantes e simpatizantes dos respectivos partidos?

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