segunda-feira, 15 de junho de 2015

“…o que hoje se passa na gestão camarária cá do burgo”

"Lançam-se uns conceitos difusos para o ar, assinam-se muitos e diversos protocolos, convidam-se muitos embaixadores, promovem-se vários concursos de ideias, mas os resultados tardam em chegar e já lá vão 6 anos. Continuamos com a maior taxa de desemprego do distrito e com uma elevada taxa de emigração. Mas, ainda assim o presidente da câmara anda feliz porque somos o concelho que mais exporta na região. É claro que é importante ser o concelho mais exportador, graças a 4 ou 5 empresas, mas não basta. Precisamos como “de pão para a boca” de criação de novas empresas. Somos um concelho pouco industrializado para o potencial que temos, apesar das 4 empresas que estão no top 50 das maiores empresas da região. Temos que ser um concelho amigo do investimento, com medidas concretas, e não apenas no discurso, se não queremos passar ao lado da história."
Acabei de citar  Miguel Almeida, vereador Somos Figueira, hoje no jornal AS BEIRAS.

Em tempo
Cá no burgo, com esta crónica que transcrevo parcialmente, voltou a calma e tudo voltou ao normal. 
Depois de menos de uma semana em que chegámos a pensar que estávamos todos empregados (João Ataíde sublinhou, na semana passada, que “a Figueira da Foz é o concelho mais empreendedor da região”) , eis que surge Miguel Almeida e, com a crónica acima, nos atira com a realidade à cara e nos tira a ilusão que o diligente, esforçado e abnegado presidente da Câmara nos tinha dado como uma realidade. 
Eu sabia que cá no burgo há muita falta de emprego (desemprego é uma palavra pesada e na linguagem dos liberais já devia ter sido riscada do dicionário. Lembra a ideia de emprego. Para os liberais, recorda a desprezível ressonância de “emprego para toda a vida”. A ideia de constância e não de temporalidade. A ideia de permanência e não de ocasião. O presságio de uma realidade que se afasta da ideia de trabalho temporário. O fantasma da rigidez dos custos e da não flexibilidade. A imagem da instalação fabril, associada a um espaço físico e comunitário, a não-deslocalização. Esta política - a que hoje vigora em Portugal - foi iniciada no Portugal pós 25 de Abril pelo PS de Mário Soares, continuada por Cavaco e por Sócrates e levada aos limites por Passos e Portas... E há-de ser, se os votantes e Deus quiserem, continuada em breve por António Costa...) e também sei que a culpa não é, no essencial, deste executivo camarário. 
E pronto, durante menos de uma semana João Ataíde vendeu-nos a ilusão de que fomos “o concelho mais empreendedor da região”
Obrigado presidente pelo esforço em tentar elevar auto estima dos figueirenses - mas já deixámos de a ter há muito.

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