A situação que esteve iminente, em 1997, de se fazer desaparecer,
de vez, os seis exemplares antigos de
arquitectura naval — barcos tradicionais, incluindo um "Meio
Batel-do-Sal", verdadeiro, e um "Barco-da-Arte", grande, da
Leirosa (e que haviam antes sido seleccionados, obtidos, e estudados, para fins
museológicos, pelo próprio Arq. Octávio Lixa Filgueiras, a maior autoridade
científica, em Portugal, sobre arquitectura naval tradicional em madeira) —, os
seis exemplares antigos de arquitectura naval que então estavam em processo de
destruição, desde há anos, no pátio interior do Museu Municipal da Figueira da
Foz.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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