Portanto, espero que essa mesma imprensa que tanto se esmerou a divulgar a filiação partidária dos progenitores de Fernando Medina, como se de um estigma se tratasse, não se lembre de proceder em conformidade quando Marcelo Rebelo de Sousa apresentar a sua candidatura a Belém.
Espero, por conseguinte, que não se atrevam a colocar um título, por exemplo, como este:
O filho de fascistas que quer ser Presidente da República.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
Obviamente que esse é um título muito duro e fora da “realidade histórica” do percurso político do patriarca da família.
Embora tenha sido Governador-Geral de Moçambique e Ministro da Saúde e Assistência, das Corporações e Previdência Social e, em 1973, a do Ultramar até 1974, foram cargos de “desprendimento político”, ocupados apenas e só pela “obrigação” de serviço público.
Este esclarecimento falta no site da Wikipedia, que todos sabemos ter falhas e ser pouco fiável.
Seguramente que a TVI, o Sol, o Observador e geneticamente o Correio da Manhã irão tratar de repor a verdade histórica de uma família apenas conservadora e ligada aos bons costumes.
Somos todos pessoas civilizadas, cosmopolitas e essas “coisitas” do passado são isso mesmo, do passado.
Dr Marcelo, já agora: “onde estavas no 25 de Abril”?
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