sábado, 25 de abril de 2015

Assim, a esperança, a cada dia que passa, morre a uma velocidade alucinante e isso não pode acontecer...


Depois da proposta conjunta apresentada pelo seu partido, PSD e CDS para controlar a cobertura eleitoral feita pela imprensa, António Costa aproveitou o 25 de Abril para nos presentear com a habitual hipocrisia do PS.
Abril é o que quisermos fazer dele.
Contém, em cada um de nós, as diversas gerações a que pertencemos.
Considero-me um produto Abril, que o mesmo é dizer, considero-me uma prova da Liberdade que Abril nos trouxe.
Evidentemente, com sonhos e anseios por cumprir. Mas, também com desencantos e frustrações.
Porém, não podemos esquecer Abril de 1974 – um momento histórico que, para quem o viveu e protagonizou, não pode permitir que o tempo o apague.
Esquecer Abril de 1974, é ignorar a melhor parte de nós.
Do passado, mas, sobretudo, do futuro ainda por fazer cumprir.
Neste momento, em que estamos a descrever uma curva muito apertada, sinuosa e difícil de percorrer, temos de conseguir ser dignos de manter vivo o sonho de um Povo que precisa, mais do que nunca, de novos ventos que o continue a alimentar. 
25 de Abril, Sempre!

1 comentário:

A Arte de Furtar disse...

Uma vida nova ou o PS do costume?

“Uma década para Portugal” é o esboço do programa eleitoral do PS. E eu a pensar que as legislaturas eram de quatro anos….Bom, adiante.

Do que li (no documento) e ouvi não consegui encontrar o capítulo referente ao ordenado mínimo ou à questão da reestruturação da dívida. Mas,estupefacto fiquei quando me deparei com o novo significado da palavra despedimentos: ”separações entre empresas e trabalhadores”.
E o que espera os funcionários públicos: 35 horas? Devolução dos feriados? Restituição do valor dos salários? Zero ! (posteriormente Costa veio “emendar” a mão…). Quanto ao IRS nenhuma alteração estrutural, embora uma “suspeita” promessa de acabar a sobretaxa. Mas novo mesmo é o facilitar os despedimentos colectivos, através de um “regime conciliatório”. Continuação dos recibos verdes; redução dos salários e pensões; aumento da idade da reforma. O PS move-se para o centro em matérias como o controlo do défice e dá um passo para o liberalismo económico puro e duro nas fórmulas que propõe para os despedimentos ou nos cortes permanentes na TSU para as empresas. É de assinalar o empenho na execução dos fundos europeus, o imposto sobre as heranças ou a reposição de alguns mínimos sociais e do RSI, mas isso não chega.

“No que se refere às questões do trabalho e dos rendimentos diretos e indiretos dos trabalhadores, o documento do PS é de um silêncio arrepiante. Nada diz sobre as inúmeras maldades a que os trabalhadores foram sujeitos: perdas salariais, destruição da contratação coletiva, redução da remuneração do trabalho extraordinário e dos dias de férias e feriados, liberalização acentuada das relações laborais, aumento do horário de trabalho na Administração Púbica, entre muitas outras, donde resultou que, desde 2010, em cada ano, vão passando mais de três mil milhões de euros do fator trabalho para o fator capital. Sobre o salário mínimo nacional não há proposta. A aparente contrapartida é a criação de um "complemento salarial anual" para as famílias que, mesmo trabalhando, estejam com rendimentos abaixo da linha da pobreza.” – cito Carvalho da Silva, JN 26 de Abril 2015.

Fica claro que com este documento se torna difícil uma aproximação do PS à esquerda.
Fica claro que a direita tem razões para estar preocupada, pois apareceu uma alternativa que quer reorganizar a austeridade, cedendo o mínimo possível aos mínimos sociais.

Costa é perentório: "Ninguém peça ao PS compromissos com este Governo" – “Expresso”- 25 Abril, mas é interessante ouvir um habitual comentador PPD (Pedro Marques Lopes) dizer: “O PSD subscreveria este documento”.
No essencial, o que está em cima da mesa não é o fim da austeridade, mas apenas o abrandamento do seu ritmo.
É a partir daqui que se fazem as escolhas…

Abril trouxe sonhos e anseios, mas, também desencantos e frustrações. Porém, não podemos esquecer Abril de 1974 – um momento histórico para quem o viveu e protagonizou. Esquecer Abril de 1974, é ignorar a melhor parte de nós e o futuro ainda por cumprir, e neste capítulo parece que vamos ter o PS do costume….