A hora do fantoche, via O país do Burro
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Já tinha pensado nisto...
O PSD quer manter-se no poder e sabe que dificilmente o conseguirá com Pedro Passos Coelho. Que jeito daria se caísse agora. Que jeito daria apresentar-se a eleições, deixa cá ver, por exemplo com alguém como Rui Rio no seu lugar. António Costa, o António mais bem posicionado para ganhar a corrida no PS, até fez o favor de assumir publicamente que um entendimento com o PSD de Rui Rio é uma ideia que lhe agrada muito. E é uma ideia que com toda a certeza ainda agradará mais a Cavaco Silva, que poderá sair do seu torpor a qualquer momento. Não é todos os dias que surge uma oportunidade destas para insuflar uma coligação com expressão parlamentar suficiente para rever a Constituição e pulverizar o que ainda resta do que conquistámos em democracia. Já vimos de tudo, é impossível prever se Passos Coelho resistirá a mais esta ou não. Mas que faz sentido que caia agora, quer-me cá parecer que sim. Seria a forma mais airosa de aguentar o regime durante mais uns tempos. Pelo menos até que não sobre nada que valha o suficiente para alimentar a fome de poder.
A hora do fantoche, via O país do Burro
A hora do fantoche, via O país do Burro
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