Ontem, numa reportagem emitida pela RTP, "os armadores e os pescadores da Figueira da Foz queixaram-se da falta de segurança na entrada e saída das embarcações na barra. Dizem que o prolongamento do molhe do porto obriga os barcos a enfrentar ondas perigosas."
As preocupações causadas por esta nossa barra, tal como tínhamos previsto, continuam presentes e a acompanhar-nos em 2014 e seguintes...
Num país a sério, já teria sido mandado abrir um inquérito para apurar o que se passa, na realidade, com a barra da Figueira da Foz...
Quantas pessoas é preciso morrer ainda para que tal aconteça?..
Para a Administração do Porto da Figueira da Foz (APFF), o porto está “a atingir os objectivos que tinham sido projectados para o seu crescimento”. Pelo caminho, vão ficando as pessoas que vão morrendo nos acidentes marítimos à entrada da barra.
Mas, isso, é só um pormenor que preocupa alguns patetas como eu, filho, neto e bisneto de pescadores.
O importante são os números das toneladas.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Sem comentários:
Enviar um comentário