António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 22 de fevereiro de 2014
E não é anedota!..
O sem abrigo de 33 anos foi detido pela PSP por suspeita de
furto, no passado dia 16, em Lisboa. Presente a tribunal, o juiz constituiu-o
arguido com termo de identidade e residência. Uma ironia do sistema. É que esta
medida de coação não foi concebida a pensar nas pessoas que não têm residência.
O homem detido no Beco da Galheta não tem casa, vive nas ruas, mas fica
obrigado pelo tribunal a não mudar de residência nem dela se ausentar por mais
de cinco dias sem comunicar a nova morada ou o lugar onde possa ser encontrado.
Quando foi detido pela PSP no Beco da Galheta, em Lisboa, o sem abrigo tinha na
sua posse 1165 euros em dinheiro, uma carta de condução roubada e cartões de
memória micro USB. Questionado pelos agentes, disse ter encontrado os bens na
via pública. Os bens foram apreendidos à ordem do Ministério Público.
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